Nas Entrelinhas

Ministro da Defesa, diz não ter noção do que pode ter acontecido com desaparecimento do indigenista e do jornalista

O indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian – @domphillips no Twitter e Daniel Marenco/Agência O Globo

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, afirmou em declaração na Câmara Federal nesta quarta-feira (8) que não houve atraso das Forças Armadas para atuar na busca do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, desaparecidos desde domingo (5) na região do Vale do Javari (AM).

“Tão logo surgiu a notícia, passei uma mensagem ao grupo dos comandantes das Forças [Armadas] e mandei imediatamente colocar o que tinha de perto à disposição.”

O ministro disse que 150 militares estão atuando nas buscas dos desaparecidos. “[O Vale do Javari] é uma área crítica, muito sensível, tem muito problema na área. A gente não tem a noção do que pode ter acontecido”, disse.

A gente torce e reza para que eles sejam encontrados os dois com vida, sãos e salvos. O esforço da Defesa da Defesa com as Forças para a gente ajudar nas buscas dos dois não há dúvida.”

O ministro foi convidado para dar esclarecimentos na Câmara sobre a compra pelas Forças de 35.320 comprimidos de Viagra, medicamento usado para o tratamento de disfunção erétil.

Segundo Paulo Sérgio, a impressão de que houve atraso para o trabalho de buscas das Forças Armadas é resultado da dificuldade de acesso ao Vale do Javari.

“O helicóptero mais próximo é de Manaus, e ele estava pronto, na manhã de ontem (7), para levantar voo e atuar na área. A Marinha da mesma forma. Não houve retardo e, considerando as distâncias e o tamanho da Amazônia, pode parecer que houve retardo.”

Phillips e Pereira desapareceram enquanto viajavam da comunidade de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte. O trajeto deveria durar cerca de duas horas, mas ambos não retornaram à cidade.

Segundo a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) e o Opi (Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato), o último registro que se tem dos dois aconteceu na manhã do domingo, na comunidade de São Rafael.

As entidades afirmam que o indigenista vinha sofrendo ameaças.

Na audiência na Câmara, o ministro Paulo Sérgio ainda negou que as Forças Armadas estejam politizadas.

Para ele, a entrada de militares no governo Jair Bolsonaro não significa alinhamento político-partidário.

“Pelas origens militares do presidente, que foi formado na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), ao ser eleito ele se usou de alguns militares. Nós somos cidadãos comuns, estudados e capacitados para atuar em um dos Poderes como oficiais da reserva. Nesse sentido, fica a impressão de que essa cooptação de militares para trabalhar no Executivo seja politização, mas não há politização nas Forças Armadas.”

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