Número dois do regime de Maduro nega detenção de María Corina: ‘Invenção, mentira’
Oposição afirma que líder opositora foi presa após participar de um protesto em Caracas, mas foi solta logo após ser forçada a gravar vídeos

O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, número dois do regime, desmentiu a detenção temporária da líder da oposição María Corina Machado, classificando a informação como “uma invenção, uma mentira”. A oposição venezuelana afirma que a líder foi detida após participar de um protesto em Caracas, organizado na véspera da posse do ditador Nicolás Maduro, mas libertada logo depois de ser forçada a gravar vídeos. A ex-deputada estava na clandestinidade após ser alvo de ameaças de prisão do regime, e fez sua primeira aparição pública na manifestação depois de 133 dias escondida.
— Eles queriam alarmar toda a Venezuela e, no final, acabaram com o ridículo do ridículo, mentindo, dizendo que o governo havia capturado María Corina — afirmou Cabello no canal estatal VTV durante uma marcha do chavismo — Ela está louca para que o governo a capture, e esse era seu plano: dizer que foi pega, para ver o que ela pode fazer.]
Em setembro, Cabello acusou María Corina de estar por trás da suposta conspiração para desestabilizar o país. Na ocasião, o governo da Venezuela prendeu três americanos, dois espanhóis e um tcheco que estariam participando da operação, além de 400 armas que alegadamente viriam dos Estados Unidos.
A detenção e posterior soltura de María Corina acontecem em meio a um plano militar ativado há dois dias por Maduro, conhecido como Órgão de Defesa Integral da Venezuela (ODI). As Forças Armadas e policiais de todo o país foram mobilizadas sob a alegação de que havia planos para impedir a posse do ditador nesta sexta-feira.
O partido de María Corina, Vem Venezuela, denunciou em uma publicação nas redes sociais que a opositora havia sido “violentamente interceptada” ao sair do protesto. De acordo com assessores, ela era escoltada por um comboio de motos quando o grupo foi atacado a tiros por agentes do regime. Posteriormente, começou a circular um vídeo em que a líder opositora aparece dizendo que “estava bem”.
Contexto: Com María Corina, oposição venezuelana faz ato em Caracas um dia antes da posse de Maduro; chavistas também vão às ruas
Em uma publicação no X, a coalizão opositora disse que “María Corina Machado foi interceptada e derrubada da motocicleta que pilotava” ao deixar o comício em Chacao, na capital Caracas, na sua primeira aparição pública após 133 dias na clandestinidade. Segundo a coligação, “armas de fogo foram disparadas no incidente” e “ela foi levada à força”.
“Durante o período de seu sequestro, ela [María Corina] foi forçada a gravar vários vídeos e foi liberada mais tarde. Nas próximas horas, ela falará ao país para explicar os fatos”, disse a oposição.
A matéria original é de O Globo versão online e pode ser acessada pelo link a seguir: