Amazonas

Câmara de Manaus terá de explicar ao TCE contrato de limpeza com posto de combustíveis

Conselheiro do TCE-AM Josué Cláudio Neto,é o relator das contas da Câmara -Foto:TCE Amazonas

Inicialmente o contrato, publicado no Diário Oficial da Câmara no dia 21, tinha valor de R$ 1.541.102,54, mas depois David Reis reduziu para R$ 928,8 em publicação do dia 24 no  Diário Oficial da CMM

O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) deu prazo para que a Câmara Municipal de Manaus (CMM) explique a contratação, sem licitação, de uma empresa por R$ 1,5 milhão para serviços de limpeza.

O pedido de esclarecimento foi feito pelo conselheiro Josué Cláudio Neto, relator das contas da CMM, após representação do vereador Rodrigo Guedes. A Câmara tem cinco dias úteis para responder.

A decisão, publicada no Diário Oficial Eletrônico nesta quarta-feira (29), faz parte da análise da legalidade do contrato, conforme a Lei de Licitações e os princípios da administração pública.

O presidente da CMM, vereador David Reis (Avante), dispensou licitação e contratou uma empresa de combustíveis para serviços de manutenção e limpeza da Casa Legislativa. O contrato, publicado no Diário Oficial da Câmara no dia 21, tem valor de R$ 1.541.102,54, , mas depois David Reis reduziu para R$ 928,8 em publicação do dia 24 no 

Diário Oficial da CMM e duração de um ano.

Para justificar a dispensa do processo licitatório – obrigatório em contratações públicas –, David Reis alegou situação de emergência ou calamidade pública.

No despacho oficial, ele citou o artigo 75 da Lei de Licitações, que permite a dispensa de licitação nesses casos, desde que comprovada a urgência para evitar prejuízos ou a interrupção de serviços.

Apesar da contratação para serviços de limpeza, registros da Receita Federal apontam que a empresa contratada é, na verdade, um posto de combustíveis localizado na Avenida Ephigênio Salles. A atividade principal do estabelecimento, segundo o Fisco, é o comércio varejista de combustíveis para veículos.

Em nota, a CMM afirmou que a contratação emergencial foi necessária devido a falhas deixadas pela gestão anterior, que teriam comprometido serviços básicos. O contrato anterior venceu em 2 de janeiro, e a empresa responsável solicitou um reajuste de mais de R$ 370 mil, baseado na nova convenção coletiva. Como o pedido não foi analisado pela administração anterior, a renovação se tornou inviável.

Ainda segundo a Câmara, a empresa contratada já prestava serviços à Casa há mais de cinco anos e está cadastrada no banco de fornecedores, o que teria justificado sua escolha.

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