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Novos recortes geográficos do IBGE detalham desigualdades do país em 2023

Trata-se de um estudo experimental, com dados para sete indicadores selecionados, abarcando os temas trabalho, renda, moradia e educação, em um recorte mais granular do território nacional.

O IBGE disponibiliza (4.dez.24), como parte da divulgação da Síntese de Indicadores Sociais 2024, uma nova análise das condições de vida dos brasileiros em 2023 segundo estratos geográficos. Trata-se de um estudo experimental, com dados para sete indicadores selecionados, abarcando os temas trabalho, renda, moradia e educação, em um recorte mais granular do território nacional. Foram determinados 146 estratos, compostos por municípios contíguos, dentro da mesma unidade da federação, com alguma similaridade ou relação entre si, permitindo a elaboração de estimativas com precisão estatística que ultrapassa o limite do município da capital, até então o menor recorte territorial considerado em um levantamento por amostragem domiciliar.

Em 2023, no Brasil, 27,4% da população tinha rendimento domiciliar per capita abaixo de US$ 6,85 por dia em paridade de poder de compra, valor definido pelo Banco Mundial para a linha de pobreza de países com renda média-alta.

A maior parte da população brasileira que vivia abaixo da linha de pobreza em 2023 morava em estratos geográficos que abrangiam as regiões Norte e Nordeste, com destaques para os Arcos Metropolitanos. Os estratos com maiores proporções de pobres foram Vale do Rio Purus (AM), com 66,6%, Litoral e Baixada Maranhense, com 63,8%, e Entorno Metropolitano de Manaus (AM), com 62,3%, acima da média nacional (27,4%).

Em 2023, no Brasil, 27,4% da população tinha rendimento domiciliar per capita abaixo de US$ 6,85 por dia em paridade de poder de compra, valor definido pelo Banco Mundial para a linha de pobreza de países com renda média-alta.

Nas demais regiões do país, destacaram-se o entorno de Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ), com proporções de pobres na terceira faixa, de um total de quatro (entre 27,4% e 48,8%), nos seguintes locais: Entorno Metropolitano de Cuiabá (MT), com 29,9%; Integrada de Brasília em Goiás, com 27,6%; e Arco Metropolitano de Nova Iguaçu (RJ), com 33,9%.

“O detalhamento por estratos permite ver a desigualdade regional, uma vez que os dados por unidades da federação colocaram todas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste dentro dos menores valores encontrados”, observa Leonardo Athias, gerente da Síntese de Indicadores Sociais (SIS).

Já o nível de ocupação no Brasil, que era de 57,6% em 2023, “tendeu a ser menor no Nordeste, inclusive em muitas de suas capitais, quando comparado com partes do Norte e as outras regiões”, explica Leonardo. Os menores valores foram encontrados nos seguintes estratos: Agreste do Rio Grande do Norte, com 37,6%; Litoral e Baixada Maranhense, com 38,9%; Litoral Sul e Agreste de Alagoas, com 41,0%; e Leste Maranhense, também com 41,0%.

Os estratos no quarto mais alto da distribuição (com nível de ocupação entre 62,6% e 70,3%) correspondiam às capitais da Região Centro-Oeste – exceto Brasília (Distrito Federal) –, na totalidade de Mato Grosso do Sul, em partes das regiões Sul e Sudeste, e no Sudeste Paraense.

Em metade dos estratos de municípios, menos de 71,1% dos jovens entre 18 e 29 anos tinham no mínimo 12 anos de estudo

Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) consiste em elevar o nível de instrução de jovens com idade de 18 a 29 anos para, no mínimo, 12 anos de estudo até 2024, reduzindo as desigualdades regionais, por cor ou raça, entre moradores de áreas urbanas e rurais, e para as pessoas com menores rendimentos (situação de pobreza). Dados de 2023, quando havia 73,1% dos jovens de 18 a 29 anos de idade com 12 anos de estudo ou mais, mostraram avanços em relação ao início da medição, pois eram 63,5% em 2016.

Regionalmente, 50,0% dos estratos de municípios apresentaram médias abaixo de 71,1% e estavam bastante espalhados no território, abrangendo as cinco regiões do país. Nas categorias com menores valores (abaixo de 63,5% de pessoas com pelo menos 12 anos de estudo), foram identificados estratos nas regiões Norte e Nordeste, dois estratos no Sul, algumas partes em Mato Grosso do Sul, no Colar Metropolitano de Florianópolis (SC), e no Centro e Sul Oriental do Paraná.

Com informações da Agência de Noticias do IBGE

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/42074-novos-recortes-geograficos-do-ibge-detalham-desigualdades-do-pais-em-2023
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