Amazonas

Instalação de 62 miniusinas e transferência de pacientes ajudam a reduzir pressão sobre a rede de saúde do Amazonas

A instalação de 62 miniusinas, aliada à transferência de 1,5 mil pacientes acometidos pela Covid-19 e outras patologias, para unidades situadas em 11 estados da Federação, estão entre as principais medidas previstas no Plano de Contingência traçado de forma conjunta entre os Governos do Amazonas e Federal, para reduzir a pressão sobre a rede pública estadual de saúde e garantir a oferta de oxigênio medicinal em unidades de média e alta complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS).

A estratégia de transferências de pacientes foi sugerida pelo Ministério da Saúde (MS), já que, inicialmente, as unidades utilizadas para o recebimento de pessoas com quadros moderados de Covid-19 eram, em sua maioria, federais.

A quantidade de remoções também foi estabelecida pelo MS, a partir de uma determinação do ministro Eduardo Pazuello, incluindo não só pacientes com Covid-19, mas também, com outras alterações. Nesse último caso, pacientes oncológicos que precisam de tratamento eletivo especializado deram início ao processo. O primeiro grupo saiu de Manaus, nesta sexta-feira (29/01), com destino ao Rio de Janeiro, para receber atendimento no Instituto Nacional do Câncer (Inca), unidade de referência do MS em cancerologia.

Já as miniusinas, que devem dar mais autonomia ao processo de produção de O2 no Estado, passaram a integrar a estratégia a partir da escassez de oxigênio medicinal no Amazonas, decorrente, principalmente, do isolamento geográfico da região. Elas vão contemplar unidades de saúde de Manaus e também do interior.

Miniusinas – Do total de 62 miniusinas previstas, 14 já estão em operação, produzindo, em média, 5.760 mil metros cúbicos/dia de forma independente. Outras quatro estão em processo de instalação, 14 estão a caminho do Amazonas e 30 serão adquiridas pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM).

As usinas estão sendo montadas em tempo recorde de até cinco dias após a entrega, o que permitirá, por exemplo, a abertura de novos leitos pela SES, ampliando a oferta de tratamento especializado contra a Covid-19 na rede.

A expectativa é de que, com todas em operação, o Estado tenha uma produção total de 28.536 mil metros cúbicos/dia, quantidade próxima à média de 28 mil metros cúbicos, produzida diariamente pela planta industrial da maior fornecedora de gases medicinais do Estado, a White Martins.

As unidades de saúde que hoje dispõem de miniusinas produtoras são: Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV – unidade federal vinculada à Universidade Federal do Amazonas), Hospital de Campanha Delphina Aziz (2), Fundação do Coração Francisca Mendes (1), Hospital e Pronto Socorro João Lúcio (1), Maternidade Azilda Marreiros (1), Hospital Regional de Parintins (2), Hospital de Maués (2) , SPA da Redenção (1), Hospital de Campanha de Manacapuru, (1) Hospital Adventista de Manaus (2). Apenas uma delas é privada: o Hospital Adventista.

Os quatro equipamentos que terão as instalações iniciadas, ou já estão em andamento, contemplarão o Instituto da Criança do Amazonas (Icam – já em fase final), Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon), Fundação de Medicina Tropical  (FMT) e mais uma para o Hospital Regional de Parintins, um dos municípios-polo do Estado.

A ideia é que, com o incremento da produção de oxigênio, parte do que é fornecido a algumas unidades seja redirecionado aos hospitais que enfrentam maior pressão no consumo, em função do aumento no número de hospitalizações de pacientes com Covid-19.

Consumo de oxigênio – Atualmente, o consumo no Estado, incluindo as redes pública e privada, é superior a 80 mil metros cúbicos/dia e pode chegar a 130 mil, com o aumento de casos no interior, conforme afirmou, em live, o titular da SES-AM, Marcellus Campêlo. Já o fornecimento pela empresa White Martins tem sido equivalente, já considerando a produção média de 28 mil a 30 mil metros cúbicos/dia, acrescido da chegada de insumos trazidos de outros estados com o suporte da FAB (Força Aérea Brasileira), de carretas e balsas.

A expectativa é de que na primeira quinzena de fevereiro, uma segunda planta da empresa seja reativada em Manaus, aumentando a produção em mais 6 mil metros cúbicos.

Os municípios de Nova Olinda do Norte, Alvarães, Itacoatiara, Carauari, Tefé, Lábrea e Eirunepé, também receberão equipamentos muito em breve. Em alguns, como Itacoatiara, onde a população está entre as maiores dos municípios do Amazonas, haverá a destinação de mais de uma usina. Outras unidades da capital também devem contar com a tecnologia.

Com a chegada dos equipamentos, será dado o start ao processo de autossuficiência do interior do Amazonas, que hoje depende, na maior parte, de abastecimento por cilindros, o que demanda uma logística mais complexa, envolvendo os três modais: aéreo, terrestre e fluvial.

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