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Bosco Saraiva, diz para o Metrópoles de Brasília que  a Amazônia é a farmácia do mundo e a Zona Franca preservou exatamente essa farmácia  

 O Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) tem vocação para ajudar a região a se consolidar como “a farmácia do mundo”, é o que avalia o superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus)

Profissionais estiveram em Manaus (31/05), participaram de agendas com empresários da indústria e hoje encerraram a visita numa conversa formal com a Suframa e o CBA (Fotos: Isaac Júnior/Suframa e Márcio Gallo/CBA)

Até pouco tempo integrado à Suframa, o CBA desenvolve projetos na área de bioeconomia. Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou decreto para qualificar a organização social que vai assumir a gestão do CBA, que até então era vinculado à Suframa. O centro, que trocou a palavra biotecnologia por bionegócios no nome oficial, desenvolve pesquisas e projetos na área de bioeconomia.

O centro passa a ser gerido pela Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (FUEA). Com personalidade jurídica própria — uma reivindicação antiga do Tribunal de Contas da União (TCU) —, o centro passa a ter mais autonomia para captar recursos públicos e privados e ampliar suas atividades.

Segundo o superintendente, o CBA está em uma fase de transição, com ajuste de contrato e captação de recursos privados.

As iniciativas levam sempre em conta o aproveitamento econômico, racional e sustentável da biodiversidade amazônica.

Uma das pesquisas, conduzidas pelo químico Flávio Freitas, envolve a confecção de um bioplástico feito a partir da extração de amido da farinha (produto em abundância na região). Apesar de menos resistente que o plástico convencional, esse bioplástico é altamente biodegradável — em contato com o solo, em 30 dias ele degrada completamente, enquanto o plástico comum demora de 200 a 400 anos para degradar.

Pesquisas recentes encontraram nanopartículas, os microplásticos, no organismo humano. Os prejuízos à saúde humana ainda são incalculáveis.

Outra pesquisa de Freitas é um couro vegano desenvolvido a partir da celulose bacteriana, com baixo custo e de mais fácil obtenção em relação ao couro de origem animal. Além do uso comercial, tem sido estudada sua aplicação como curativo.

Uma outra pesquisa envolve obtenção de catalisadores a partir de fontes renováveis como casca de tucumã, semente de cupuaçu, pedra da pescada para obtenção de biodiesel. O trabalho científico “Catalisadores a partir de fontes renováveis” foi indicado ao Eni Awards 2022, considerado o Nobel do Meio Ambiente e Sutentabilidade.

Trata-se de um biocombustível biodegradável, atóxico, livre de enxofre e aromáticos, com um ponto de ebulição superior ao do diesel. Ele também possui um maior potencial de reutilização.

Para Bosco Saraiva, o projeto de bioeconomia na Amazônia está “atrasado em um século”, pois o instituto deveria ter sido criado no tempo áureo do Ciclo da Borracha, entre o fim do século XIX e início do século XX.

“Quando eu faço essa relação de um século de atraso, eu vejo se a gente não cuidar de colocar muito recurso aqui dentro para que o recurso não seja um problema”, disse ele durante visita feita por jornalistas à sede da organização.

Ele ainda defende o papel da Zona Franca de Manaus em garantir a preservação de 97% da floresta. Criado no fim da década de 1960, o polo industrial promove o desenvolvimento regional e é colocado como alternativa à exploração predatória dos recursos naturais da Amazônia.

“A Amazônia é a farmácia do mundo e a Zona Franca preservou exatamente essa farmácia. Os nossos estados irmãos, infelizmente, como não tiveram oportunidade de terem as unidades fabris, sofreram”, afirmou Saraiva.

O superintendente da Suframa se disse otimista sobre a aprovação da reforma tributária no Congresso. Uma versão preliminar do relatório foi apresentado nessa terça-feira (6/6) pelo relator da matéria na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

O regime tributário favorecido da Zona Franca de Manaus foi preservado no texto, mas o modelo ainda está em estudo.

Bosco Saraiva informou que a Suframa está assessorando a base parlamentar do governo no tema da reforma e está convencido de que as “vantagens comparativas” à Zona Franca serão mantidas.

“Nós estamos aguardando a solução para o texto. Estamos otimistas com relação à essa reforma tributária, sinceramente otimistas. Essa reforma é necessária para ajudar o Brasil, é fundamental. E ajudando o Brasil, estará nos ajudando também”, continuou ele.

A matéria está publicada na edição de hoje do site Metrópoles de Brasília e pode ser acessado pelo  link abaixo

https://www.metropoles.com/brasil/meio-ambiente-brasil/farmacia-do-mundo-e-bionegocios-conheca-centro-de-pesquisa-da-amazonia

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