Manaus

O manauara viveu um dia desesperador

Pacientes estão sendo enviados para outros estados/Reprodução TV Amazonas

Ontem,(14/01) ,o manauara viveu um dia desesperador pelo avanço da pandemia em Manaus, com internados tendo que ficar até 4 horas sem oxigênio , e médicos convocando até residentes para fazer ventilação manual.
A fase é a mais crítica da pandemia na capital amazonense, com unidades sem leitos fechando as portas para quem procurava atendimento emergencial.
Agora pela manhã pacientes estão sendo transferidos para outros estados. A previsão é que 750 pacientes sejam enviados para tratamento em outros Estados.
O governo do estado informou que, inicialmente 235 pacientes estão sendo transferidos para Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal. A União está apoiando a transferência, em aviões militares, de pacientes com quadros moderados, em condições de serem levados.

Nosso estoque de oxigênio acabou em vários hospitais levando pacientes à morte por asfixia, segundo relatos de médicos e parentes de internados que foram as redes sociais denunciar.
Os profissionais de saúde informavam que foram obrigados a fechar as portas de hospitais, ontem, por falta de insumos e leitos, e precisaram de apoio da PM para evitar invasões.
O Hospital Universitário Getúlio Vargas, ligado à Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ficou cerca de quatro horas sem o insumo na manhã de ontem. Há denúncias que o oxigênio acabou na madrugada, gerando desespero. O hospital teria recebido cilindros às 12 horas, capazes de oferecer ajuda a pacientes por só duas horas.
“Perdemos pacientes na UTI por falta de oxigênio. Ainda tentaram “ambuzar”(ventilar manualmente), mas foi só para tentar até o último recurso, porque é inviável manter isso por muito tempo, disse um profissional que preferiu o anonimato. Nas redes sociais, profissionais do Getúlio Vargas divulgaram pedidos de ajuda.
O Pronto-Socorro 28 de Agosto, o Hospital Universitário Getúlio Vargas e o SPA (serviço de pronto-atendimento) Alvorada chegaram a fechar as portas por não terem condições de atender novos pacientes. Em frente a essas três unidades houve tumulto e a PM foi acionada para impedir a entrada à força de quem buscava atendimento.
“Estamos perdendo vidas. Há algumas semanas a gente já vinha vendo que era um cenário de guerra e que o caos iria se instalar”, afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Viana.
Conforme relatos de outros profissionais de saúde publicados nas redes sociais, a maioria dos hospitais sofre com o mesmo problema. Há registro de falta do insumo nos hospitais Fundação de Medicina Tropical e nos SPAs de Manaus.
Segundo Marcellus Campêllo, secretário da Saúde do Amazonas, as empresas fornecedoras de oxigênio entraram em colapso. “No 1.º pico (abril e maio), o consumo máximo foi de 30 mil m³ de oxigênio e, neste momento, consumo acima de 70 mil m³.” O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), atribuiu o desabastecimento ao isolamento geográfico do Estado.
O procurador de Justiça Caio Cyrino, que tinha um filho internado no Hospital Fundação de Medicina Tropical, foi a televisão (Jornal Nacional) dizer que pela manhã não havia oxigênio para nenhum paciente. “Minha nora me ligou às 5h, avisando que tinha acabado. Meu filho estava no 3.º dia de UTI e evoluindo bem. Por sorte, eu tinha uma ‘bala’ de oxigênio em casa e corri para levar. Quando cheguei, vi o olhar desesperador dos médicos.
O filho, de 36 anos, começou a se sentir mal há quase duas semanas, mas logo no início não achou vaga em hospital e ficou em home care, por isso tinha oxigênio. Cyrino contratou uma UTI aérea para transferir o filho para São Paulo.
A repercussão está em todos os principais jornais impressos do Brasil e ganhou destaque em todo o mundo.
Nas redes sociais houve diversos influenciadores que se manifestavam com indignação.

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