Ex-secretário de Segurança, Louismar Bonates é reu por massacre do Rio Abacaxis no AM
Justiça torna réus além de Bonates,ex-secretário de Segurança, o ex-comandante-geral da PM e 9 policiais por massacre do Rio Abacaxis no AM em agosto de 2020, período em que Louismar Bonates e Airton Norte estavam à frente da cúpula da segurança pública do estado, e resultou em oito assassinatos e abusos contra ribeirinhos e indígenas.
O ex-secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, o ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Airton Norte, e outros nove policiais militares se tornaram réus na Justiça Federal por envolvimento no “Massacre do Rio Abacaxis”.
O caso ocorreu em agosto de 2020, período em que Bonates e Norte estavam à frente da cúpula da segurança pública do estado, e resultou em oito assassinatos e abusos contra ribeirinhos e indígenas nas margens do rio Abacaxis, entre os municípios de Borba e Nova Olinda do Norte.
Na ocasião, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e a Polícia Militar deflagraram a operação “Lei e Ordem” na região. Durante a ação, policiais militares são acusados de cometer uma série de abusos, incluindo ameaças, tortura, invasões de domicílio e homicídios.
No dia 7 de maio deste ano, a Polícia Federal concluiu as investigações e indiciou 13 policiais militares pelo envolvimento no massacre. No entanto, a Justiça Federal recebeu três denúncias do Ministério Público Federal (MPF) e aceitou todas elas contra 11 dos investigados.
Louismar de Matos Bonates
Ayrton Ferreira do Norte
Valdemir Pereira Junior
Thiago Dantas Pinto
Pompílio Henrique de Lima
Ézio Ranger Peres Pimentel
Josias Seixas de Brito
Jefferson Diógenes Castro de Souza
Paulo Henrique Reis da Costa
Jackson de Sousa Machado
Aldo Ramos da Silva Junior
Os réus responderão por crimes como homicídio qualificado, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado. Entre as vítimas estão dois indígenas da etnia Munduruku, uma família ribeirinha de quatro pessoas e outro morador tradicional da região. Um dos corpos nunca foi encontrado.
Segundo o MPF, os crimes ocorreram sob o pretexto de combate ao narcotráfico, mas tinham como motivação a vingança pela morte de dois policiais e o ferimento de outros dois dias antes da operação. As vítimas teriam sido executadas sem possibilidade de defesa, e os corpos, destruídos ou ocultados para impedir a responsabilização dos agentes.