Amazonas

Dom Zenildo diz que com Leão XIV podemos esperar um papado que continue processo de diálogo da igreja com o mundo

Bispo Auxiliar de Manaus, Dom Zenildo Lima ressalta que muito tem se falado em “construção de muros”, enquanto o papa deve assumir o papel de articular a reconstrução do diálogo entre os povos

Eleito o Papa Leão XIV, após dois dias de Conclave realizado no Vaticano, o Bispo Auxiliar de Manaus, Dom Zenildo Lima, disse nesta quinta-feira (8)  que os fiéis podem esperar a continuidade do processo de diálogo da igreja católica com o mundo, assim como insistir pelo fim dos conflitos armados e estabelecimento da paz. Robert Francis Prevost, 69 anos, é o primeiro papa norte-americano da igreja católica, possui cidadania peruana e segue a ordem religiosa de Santo Agostinho.

“Podemos esperar que não teremos processos de rupturas com caminhos de abertura que o papado anterior inaugurou. Podemos esperar um papado que continue o processo de diálogo da igreja com o mundo, se tornando cada vez mais uma instituição aberta e fiel ao evangelho de Deus. Podemos esperar, certamente, uma voz que continue insistindo no cenário mundial por fraternidade entre os povos e superação dos conflitos armados, por estabelecimento da paz”, disse Dom Zenildo.

Na primeira saudação aos fiéis na sacada da Basílica de São Pedro, Leão XIV agradeceu ao antecessor e frequentemente falou em uma igreja que vai construir pontes e sinodal.  Dom Zenildo analisa que na atualidade tem se ouvido autoridades mundiais falarem em “construção de muros”, enquanto o papa, também chamado de Pontífice, ou seja “construtor de pontes”, deve assumir o papel de articular a reconstrução do diálogo entre os povos

“O Papa Francisco abriu pontes bastante audaciosas. A presença das mulheres em espaços de poder e decisão da igreja, a abertura da igreja para populações LGBT, pontes com outras religiões e lideranças religiosas. Penso que essas pontes devem continuar sendo estabelecidas. Então, em tempo de intolerância a igreja se apresenta na contramão, positivamente falando, para firmar o diálogo com tantas realidades negadas, julgadas e condenadas”, pontuou o bispo auxiliar.

Dom Zenildo acredita que a Amazônia continua com a devida atenção do Vaticano, agora na figura de Leão XIV. “Desde o sínodo da Amazônia foi criado uma instância de Conferência Eclesial da Amazônia. E sempre buscamos junto do Vaticano alguns apoios e suportes e, alguém que se tornou um interlocutor dessa conferência foi o Cardeal Prevost, hoje Leão XIV. Então, teremos certamente um aliado da igreja que está na Amazônia, assim  como da Amazônia com todo o seu apelo sócio-ambiental”.

Agostiniano

A comunidade agostiniana é baseada na vida e nos escritos de Santo Agostinho de Hipona, no século IV, no norte da África. Segundo os escritos católicos, os agostinianos unem espiritualidade profunda, compromisso intelectual e social. Além disso, a Ordem de Santo Agostinho foi oficialmente formada em 1244 e enfatiza a oração, estudo e justiça social, atuante em áreas como educação e defesa dos direitos humanos.

“A vida de Santo Agostinho é fascinante. Um homem que fez de tudo, um errante, passa por um processo de conversão que acha que foi tardia. Há uma expressão lembrada dele que diz “tarde te amei”. Foi um grande filósofo e teólogo. Isso nos faz perceber a estrutura espiritual do nosso novo papa. E quando ele fala em sinodalidade, fala da construção de uma igreja que sabe dialogar primeiramente consigo mesmo em processo de participação de comunhão”, explicou Dom Zenildo.

Com in formações do site acrítica.com

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