Cid detalha apoio de Michelle, Eduardo e políticos à trama golpista

Primeiro depoimento do tenente-coronel, revelado por Elio Gaspari, mostra que ex-presidente estava circundado por três grupos que tentavam influenciar seus passos após eleição
O primeiro depoimento da delação do tenente-coronel Mauro Cid, cujo conteúdo integral foi revelado neste domingo pelo colunista Elio Gaspari, traz um relato detalhado sobre os grupos que teriam participado da tentativa de romper a ordem democrática após a derrota nas urnas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022. As informações prestadas em agosto de 2023, e aprofundadas por investigação da Polícia Federal (PF), também abordam o papel de liderança do então mandatário nas tratativas de cunho golpista.
No relato inaugural de sua colaboração, Cid revelou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compunham a ala “mais radical” dos grupos que orbitavam o ex-presidente e incentivavam um golpe de Estado. Ambos, porém, não foram indiciados pela PF. Isso significa que a corporação não encontrou, até aqui, elementos mínimos para que sejam formalmente acusados.
Segundo Cid, o núcleo mais radicalizado era dividido em duas partes. A primeira, com nomes como o ex-ministro Eduardo Pazuello e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se concentrava em buscar indícios de fraudes nas urnas. A segunda, que “instigava o ex-presidente a dar um golpe”, teria figuras como Michelle, Eduardo, o então assessor especial Filipe Martins, os ex-ministros Onyx Lorenzoni e Gilson Machado, o general Mario Fernandes e os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES).
A participação de Michelle e Eduardo no grupo radical foi citada pela primeira vez em novembro de 2023 pela colunista do GLOBO Bela Megale e pelo portal UOL. À época, a ex-primeira-dama classificou as afirmações como “absurdas e sem qualquer amparo na verdade”, enquanto o deputado federal as chamou de “devaneio” e “fantasia”. Eles não se manifestaram ontem. Já a defesa de Bolsonaro, que também nega qualquer envolvimento com investidas golpistas, reclamou de “vazamentos seletivos” e falou em investigação “semissecreta”.
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