Formado comitê científico independente para auxiliar o Estado a enfrentar a pandemia
O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou, nesta terça-feira (02/03), a formalização do Comitê de Assessoramento Científico Externo, formado por pesquisadores de instituições locais, de outros estados e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O grupo de estudiosos independentes, que já auxiliavam o Estado no enfrentamento da pandemia, vai realizar estudos sobre a transmissibilidade e letalidade da variante P1, predominante entre as cepas do novo coronavírus circulantes no Amazonas, e os impactos da vacinação contra a Covid-19.
Os resultados obtidos pelo novo comitê vão orientar a tomada de decisões do Governo do Estado. Durante apresentação dos trabalhos do grupo, em reunião na sede do Governo, na zona oeste de Manaus, o governador destacou que o decreto formalizando o comitê será publicado no Diário Oficial do Estado (DOE).
“Esse comitê científico é formado por especialistas da região e de outros estados brasileiros que têm um grande vivência na área e tem acompanhado o comportamento do vírus desde o início. Ainda há muitas incertezas sobre o comportamento do vírus, e todos esses estudos que estão em andamento serão importantes para nos balizar na tomada de decisões com relação à pandemia”, declarou Wilson Lima.
Segundo o governador, os trabalhos dos pesquisadores do comitê vão além da análise de indicadores. “Há uma necessidade de fazer um entendimento da doença avaliando não apenas os números frios que são apresentados, mas na realidade do que acontece no dia a dia, entendendo todo o ciclo, desde a assistência à vacinação, o perfil dos infectados e o trabalho de campo, tanto na capital quanto no interior, para que a gente possa ter um diagnóstico cada vez mais preciso sobre o comportamento dessa doença e de que maneira a nossa assistência em saúde, a nossa comunicação, e os entes envolvidos devem agir para poder orientar as pessoas”, destacou.
Os trabalhos do comitê já começaram e 12 estudos estão em andamento, informou o coordenador do grupo, Bernardino Albuquerque, pesquisador da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD).
“O decreto é extremamente importante, até porque consolida, de uma forma oficial, o comitê. Nós estamos trabalhando com o corpo de pesquisa em nível local, e as instituições como o FMT, a própria FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas), Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz/AM, SP, MS), Ufam (Universidade Federal do Amazonas), UEA (Universidade do Estado do Amazonas) compõem esse comitê”. Além das instituições citadas, a Opas e outras universidades também integram o comitê.
O diretor-presidente em exercício da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Cristiano Fernandes da Costa, ressaltou a importância de haver uma avaliação independente que ajude o Estado a tomar decisões.
“A partir desse Comitê, a gente tem buscado, por meio de pesquisas aplicadas, responder à necessidade da vigilância. Lembrando que é um comitê independente externo, então isso é importante até do ponto de vista da crítica, das críticas construtivas. E, em se tratando de pesquisadores da expressão nacional, vão contribuir muito com a condução das ações de vigilância, prevenção e controle aqui no Amazonas”, avaliou.