Manaus

Com protestos nas ruas, o governador Wilson Lima revoga decreto que mandava fechar o comércio de Manaus

Às 10 da noite, o governador chamou lojistas para uma reunião de urgência

para ajustes de novas medidas de funcionamento do comercio localLojistas e trabalhadores do setor fizeram uma manifestação na manhã deste sábado (26), em um trecho da Avenida Eduardo Ribeiro, Centro de Manaus. O protesto foi  contra o decreto anunciado pelo governador do Amazonas Wilson Lima, para conter os casos de Covid-19 no Estado.

Os manifestantes gritavam as frases: “Queremos trabalhar!” e “Fora Wilson Lima!”.  Pelo decreto até o dia 10 janeiro, estabelecimentos que não são essenciais só poderiam funcionar por drive-thru e delivery até as 21h.

A manifestação se deslocou até a Praça da Matriz onde fecharam o terminal de ônibus. O trânsito foi desviado para a Avenida Sete de Setembro.

Os protestos contra as restrições ao comércio impostas pelo Governo do Amazonas continuaram no final da tarde nas avenidas Efigênio Sales e André Araújo, onde os manifestantes atearam fogo em entulhos para bloquear a via.

Decreto

O governador do Amazonas, Wilson Lima decidira fechar o comércio não essencial pelos próximos 15 dias no estado. O novo decreto começou  a valer desde o dia 26 de dezembro e vai até o próximo dia 10 de janeiro de 2021. O anúncio foi feito pelo governador  durante uma entrevista coletiva na manhã da quarta-feira (23), na sede do Governo, na Zona Oeste de Manaus.

Wilson Lima disse que apenas serviços considerados essenciais como padarias, mercados, farmácias, distribuidora de água e gás poderão continuar funcionando. Os restaurantes funcionarão na modalidade drive thru até as 21h. Eventos, reuniões, casamentos, formaturas e etc, estão proibidos durante esse período.

O transporte de passageiros intermunicipal e fluvial seguirá funcionando com número limitado e fiscalizações. As medidas relacionadas às festas clandestinas também ficarão mais rígidas.

Já nas igrejas, o governador disse que ainda está conversando com os representantes das mesmas, mas a legislação permite que as igrejas sigam funcionando com 30% da capacidade total, fazendo uso de máscaras e álcool em gel, além de cumprir todas as medidas de distanciamento.

O decreto é válido para capital e municípios.

Com as manifestações, o governador  chamou lojistas para reunião com os lojistas

Wilson Lima convocou os comerciantes para uma reunião emergencial na noite deste sábado (26), para tratar sobre as restrições impostas ao comércio em decorrência do aumento de casos de coronavírus no estado.

A reunião foi realizada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no bairro do Aleixo, Zona Centro-Sul da capital. Mais de 50 pessoas participaram, algumas pela internet. O encontro terminou por volta das 2h deste domingo (27).

O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) Manaus, Ralph Assayag, afirmou naquele momento que o governo não adiantou qual proposta iria apresentar para conter as perdas dos trabalhadores, mas os lojistas seguiriam defendendo a reabertura do comércio.

Acordo 

Após analisar as propostas dos representantes do comércio, dos órgãos de fiscalização e dos representantes dos Poderes, o governador Wilson Lima determinou no acordo entre o Governo do Estado e os representantes do comércio que os estabelecimentos devem funcionar de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h (incluindo os vendedores ambulantes), aos sábados e domingos somente nas modalidades delivery e drive-trhu. Todos os estabelecimentos devem funcionar com limite de até 50% da capacidade.

As novas regras começam a valer a partir desta segunda -feira, dia 28 e seguem até dia 11 de janeiro

Os Shoppings Centers devem funcionar de segunda a sexta-feira, das 12h às 20h, sendo que aos sábados e domingos o funcionamento seria nas modalidades delivery e drive-trhu. Novos ajustes nos horários ainda serão analisados entre o Governo do Estado e os representantes dos shoppings. 

Os horários de funcionamento de bares, restaurantes, lanchonetes, lojas de conveniência e flutuantes serão ainda discutidos pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19 junto com os representantes do comércio. A realização de festas em condomínios fica proibida em áreas comuns, além da locação de flutuantes.

Contrapartidas

Em contrapartida às novas medidas do decreto, os representantes do setor ficam responsáveis de fornecer transporte dos trabalhadores, máscaras e álcool em gel, apoio médico para funcionários com Covid-19 durante o vínculo trabalhista. Ainda terão membros das associações participando das fiscalizações da CIF e apoio com caminhões com motorista, combustível e carregadores para transporte de cargas apreendidas durante as fiscalizações, além de prestarem apoio às campanhas de conscientização em veículos de comunicação sobre prevenção à Covid-19.

“Os empresários do comércio estão solidários com todas essas medidas, vão naturalmente contribuir para que a fiscalização seja mais intensa e realmente diminuam todos esses índices de contaminação. O nosso propósito é exatamente colaborar com as medidas do governo. As preocupações do governador expostas aqui são pertinentes, são realmente preocupantes, e a gente está com a nossa responsabilidade de atender à população, mas também de proteger a vida em todos esses momentos”, afirmou Aderson Frota, presidente da Fecomércio. 

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