Nas Entrelinhas

Juros do INSS que fizeram bancos cortar o empréstimo consignado foi entendimento do ministro da Previdência

Lula teria dado aval para a proposta tramitar, mas Carlos Lupi, entendeu que poderia manter a análise na reunião do Conselho Nacional da Previdência Social

A medida de corte de juros do INSS não teve apoio do Ministério da Fazenda, que agora estuda alternativas(Foto:Redes Sociais)

Conforme matéria da Folha de São Paulo,a redução do teto dos juros do empréstimo consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), de 2,14% para 1,7%, foi resultado de um ruído entre o ministro Carlos Lupi (Previdência) e o Palácio do Planalto, segundo pessoas ouvidas pela Folha.

A medida também não teve apoio do Ministério da Fazenda, que agora estuda alternativas.

De acordo com relatos de integrantes do governo, a medida chegou a ser apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião no último dia 8.

Segundo esses relatos, o mandatário deu aval para que a proposta começasse a tramitar internamente e ouvisse ministérios envolvidos, em especial a Fazenda. O titular da Previdência, Carlos Lupi, por sua vez, teria entendido que poderia manter a análise do tema na reunião do CNPS (Conselho Nacional da Previdência Social) realizada na segunda-feira (13).

Por causa do episódio, integrantes do Planalto viram Lupi também como um dos alvos da bronca pública de Lula na reunião ministerial de terça-feira (14), dia seguinte à decisão do órgão.

Reivindicação dos aposentados, a redução dos juros do consignado do INSS vinha sendo defendida por Lupi publicamente. Para ele, seria possível diminuir o patamar cobrado por se tratar de um crédito com baixo risco de inadimplência.

Segundo relatos, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) chegou a entrar em contato com o titular da Previdência pedindo que a ideia não fosse levada adiante. Antes do anúncio da medida, membros da pasta econômica se reuniram com representantes do setor financeiro, que defenderam no encontro a inviabilidade econômica do produto.

Na segunda, o Conselho Nacional da Previdência Social aprovou, por 12 votos a 3, a redução do teto dos juros do consignado de 2,14% para 1,7% ao mês. O CNPS é composto por representantes do Ministério da Previdência, do INSS, de aposentados, pensionistas, trabalhadores e empregadores (confederações da indústria, comércio e agricultura).

Depois da aprovação feita pelo conselho, bancos como Caixa e Banco do Brasil suspenderam suas operações de empréstimo na modalidade. De acordo com a coluna Painel SA, a lista de instituições que paralisaram as operações inclui ainda Bradesco, Itaú, Pan, Banco Mercantil do Brasil e C6 Bank.

Em nota divulgada nesta quinta-feira, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que cada banco segue sua própria estratégia de negócio de concessão (ou não) da linha de crédito consignado para beneficiários do INSS.

A matéria completa pode ser acompanhada no link da Folha

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/03/corte-de-juro-do-consignado-do-inss-teria-sido-feito-sem-aval-de-lula.shtml

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