Joênia Wapichana,deputada federal de Roraima vai assumir a Funai. Sesai,será ocupada por Weibe Tapeba,do movimento indígena de Caucaia no Ceará
A Funai passará a fazer parte do Ministério dos Povos Indígenas, que terá como ministra Sônia Guajajara,deputada federal eleita por São Paulo
A deputada Joênia Wapichana (Rede-RR) vai assumir a Fundação Nacional do Indígena (Funai).O convite foi feito pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva com apoio da nova ministra dos Povos Indígenas , Sonia Guajajara (PSOL). Em razão do apoio de algumas entidades à Joênia, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) apresentou a Lula uma lista tríplice indicada pelo movimento para ocupar o ministério. Além de Joênia e Sonia , Weibe Tapeba era uma das opções. Sonia acabou sendo anunciada nesta quinta-feira ao lado de outros ministros.
— Eu aceitei esse convite e nós vamos estar fazendo o melhor possível pra trabalhar junto com o governo Lula e avançar nos direitos dos povos indígenas — disse a agora ministra em comunicado aos jornalistas em Brasília.
Sonia esteve nesta quarta-feira reunida com Lula. Na conversa, ficou acertado que a nova pasta vai abrigar a Funai, que deixa de ser chamada de Fundação Nacional do Índio e passa ser Indígena. Já a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) será ocupada por Weibe Tapeba e permanecerá sob a gestão do Ministério da Saúde.
Pela primeira vez, três mulheres indígenas foram eleitas como deputadas federais no Brasil. Sonia conquistou o marco em São Paulo com mais de 156 mil votos, enquanto Célia Xakriabá recebeu 101 mil e ganhou em Minas Gerais. Já Silvia Waiãpi (PL), ex-oficial do Exército, foi eleita deputada federal pelo Amapá .
Antes delas, apenas dois indígenas haviam sido eleitos a este cargo na história do país: Mário Juruna (PDT-RJ), em 1982, e Joênia Wapichana (Rede-RR), em 2018. Agora, 186 concorrentes ao Congresso declararam ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que são indígenas, um aumento de 40% em comparação ao último pleito.