Governo Lula decide aceitar convite para entrar em fórum da Opep
O anúncio foi feito pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta terça (18/2). O país deve entrar no grupo como observador, cooperando para as decisões, mas sem participar do sistema de cotas de produção

O Brasil aderiu à Carta de Cooperação entre Países Produtores de Petróleo (CoC), um fórum de discussão ligado à Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep). A decisão foi tomada durante a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) desta terça-feira (18/2) e anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
O país deve entrar no grupo como um observador, cooperando para as decisões do grupo, mas sem participar do sistema de cotas de produção. “A Carta também não limita ou afeta o direito do Brasil à soberania sobre a exploração e gestão de seus recursos naturais. Nesse contexto, o país poderá continuar desenvolvendo sua política energética de acordo com seus próprios interesses”, destacou a pasta.
A decisão foi tomada em meio à preparação do país para receber a Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30), em Belém (PA), e a tentativa controversa do governo de avançar na exploração de petróleo na região da Margem Equatorial, na bacia da Foz do Amazonas.
Silveira minimizou as críticas de ambientalistas sobre a entrada do país no grupo. “É apenas uma carta e fórum de discussão de estratégias dos países produtores de petróleo. Não devemos nos envergonhar de sermos produtores de petróleo”, disse a jornalistas após a reunião.
Na ocasião, o governo também anunciou o início do processo de adesão do Brasil à Agência Internacional de Energia (EIA, em inglês) e à Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, em inglês).
Opep
Criada em 1960, a Opep reúne 13 grandes produtores de petróleo: Arábia Saudita, Irã, Kuwait, Venezuela, Iraque, Argélia, Equador, Gabão, Indonésia, Líbia, Nigéria, Catar e Emirados Árabes Unidos.
O Brasil foi convidado, em 2023, para integrar o grupo de aliados da organização, conhecido como Opep+. Criado em 2016, esse segundo grupo reúne países que são grandes produtores e exportadores de petróleo.
Esses não fazem parte oficialmente do cartel, mas colaboram em políticas internacionais de petróleo e participam da mediação entre membros e não membros. São mais de 20 nações, entre elas Azerbaijão, Bahrein, Malásia, México e Rússia.
Com produção de 3,672 milhões de barris de petróleo por dia, o país é o nono maior produtor de petróleo do mundo e o primeiro da América Latina.