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Líder opositora da Venezuela é presa pelo regime de Maduro, dizem aliados

María Corina Machado, impedida de concorrer nas eleições de 2024, teria sido interceptada

Reprodução | X

Líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, foi presa nesta quinta-feira (9) por agentes da ditadura chavista de Nicolás Maduro, segundo aliados ouvidos pela equipe do blog,da Malu Gaspar de O Globo. A política, que foi impedida de concorrer nas eleições presidenciais de 2024, foi interceptada a tiros nas ruas de Chacao, cidade no entorno da capital Caracas. Seu paradeiro ainda é desconhecido.

Malú Gaspar apurou junto a pessoas próximas de María Corina que tiros foram disparados contra o carro da líder opositora, que havia deixado minutos antes uma manifestação contra Maduro. O sequestro ocorre na véspera da data prevista na Constituição da Venezuela para a posse do presidente eleito. O chavista proclamou vitória antes do término da apuração em julho passado, sem nunca ter apresentado as atas eleitorais que corroborariam sua eleição.

Já os oposicionistas têm apresentado atas que indicam a eleição do candidato apoiado por María Corina, Edmundo González, hoje exilado na Espanha. A oposição diz ter recolhido 83% das atas emitidas no país caribenho. Na apuração paralela disponibilizada na internet, González tem 67% dos votos válidos contra 30% de Maduro em um universo de 81,8% de atas digitalizadas.

As atas nada mais são do que boletins de urnas que, como no Brasil, são emitidos pelas máquinas após o encerramento da votação tanto para a conferência dos resultados pela população e por fiscais quanto para auditar os votos computados, totalizados e disponibilizados pela autoridade eleitoral. María Corina Machado havia convocado a manifestação em Chacao para pressionar o regime na véspera da posse de Maduro.

“Neste momento María Corina está oficialmente desaparecida”, relatou, por telefone, um importante articulador da oposição venezuelana.

De acordo com informações preliminares, ela era acompanhada por um comboio de motos de apoiadores que faziam sua escolta. Eles também teriam sido atacados por agentes do regime. A líder vivia na clandestinidade desde o ano passado, quando entrou na mira da Procuradoria-Geral da Venezuela.

Na ocasião, o procurador-geral chavista, Tarek William Saab, anunciou a abertura de um inquérito criminal contra María Corina e González por instigação à insurreição e à desobediência de leis, além de “usurpação de funções”, “disseminação de informações falsas” e conspiração, após os dois divulgarem uma carta pedindo para que as instituições da Venezuela “procedam” a proclamação de González como presidente eleito.

Na época, María Corina chegou a afirmar em um artigo publicado no The Wall Street Journal que temia pela sua vida.

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