Veja o que se sabe sobre o acidente aéreo em Gramado
Queda de uma aeronave Piper Cheyenne deixou 10 mortos e 17 feridos na manhã deste domingo. As causas da ocorrência serão analisadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
A Serra gaúcha despertou neste domingo (22) em meio a um desastre aéreo que deixou 10 mortos e 17 feridos. Um avião caiu na região da Avenida das Hortênsias, no bairro Avenida Central, em Gramado, após decolar por volta das 9h15min em Canela.
A aeronave tinha como destino Jundiaí (SP), conforme a Infraero, e era pilotada pelo empresário Luiz Cláudio Galeazzi. Todos os ocupantes eram familiares dele e não sobreviveram.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investiga o caso e deve emitir um laudo explicando o que causou o acidente.
A manhã e o começo da tarde deste domingo em Gramado foram marcados por uma forte neblina, cheiro de querosene e perplexidade. Quem presenciou o acidente ficou apreensivo, com medo de explosões ou desabamentos nos locais atingidos pela aeronave.
Com o acidente, a RS-235, a Avenida das Hortênsias, teve o fluxo de veículos bloqueado pela manhã pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) para garantir os trabalhos de investigação e garantir a segurança da comunidade. No começo da tarde, uma pista da rodovia foi liberada, nos dois sentidos.
Moradores relataram à reportagem de Zero Hora que muitos curiosos tentavam se aproximar do palco da tragédia para filmar os destroços e observar, o que também impactou no tráfego de veículos pela região.
Como o acidente aconteceu?
Conforme a Infraero, a aeronave partiu de Canela às 9h15min e teria como destino Jundiaí (SP). No meio do percurso, no entanto, o avião teria batido contra a chaminé de um prédio, perto da Avenida das Hortênsias. Na sequência, a aeronave teria acertado o segundo andar de uma residência e, então, caiu sobre uma loja de móveis. Destroços ainda alcançaram uma pousada.
O que teria causado o acidente?
Segundo relatos de moradores do entorno do acidente, a aeronave teria perdido o controle após acertar a chaminé, acarretando nas colisões envolvendo a casa, a loja de móveis e a pousada.
A condição meteorológica foi apontada por especialistas contatados pela Zero Hora como um dos elementos que podem ter sido determinantes para a ocorrência. Para o presidente do Aeroclube de Canela, Marcelo Sulzbach, a observação de imagens indica que pode ter ocorrido uma rápida piora na condição visual por conta de nevoeiro e nebulosidade.
A causa oficial, entretanto, será divulgada pelo Cenipa, responsável por investigar ocorrências aeronáuticas, após o término da apuração do fato.
Pela manhã, o Cenipa acionou investigadores do 5º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa V), de Canoas, para atender a ocorrência. A equipe realizou a chamada Ação Inicial, em que são utilizadas técnicas específicas para a coleta e confirmação de dados, preservação dos elementos, verificação inicial de danos causados à aeronave (ou por ela) e levantamento de informações necessárias à investigação.
O Cenipa destacou, ainda, que vai se pronunciar sobre o resultado da investigação através do Relatório Final. O objetivo é que a conclusão tenha o menor prazo possível, mas depende da complexidade da ocorrência.
Quem são as vítimas?
O empresário Luiz Cláudio Galeazzi, 61 anos, é uma das vítimas do acidente. Além dele, que estava pilotando o aeronave, nove familiares ocupavam o avião e morreram no acidente. As vítimas são a esposa de Galeazzi e três filhas do casal, a mãe da esposa, uma cunhada e o marido e seus dois filhos. Veja a lista:
Luiz Claudio Salgueiro Galeazzi – piloto
Tatiana Natucci Niro – esposa de Galeazzi
Maria Eduarda Niro Galeazzi – filha de Galeazzi e Tatiana
Maria Elena Niro Galeazzi – filha de Galeazzi e Tatiana
Maria Antonia Niro Galeazzi -filha de Galeazzi e Tatiana
Lilian Natucci – sogra de Galeazzi
Veridiana Natucci Niro – irmã da esposa de Galeazzi
Bruno Cardoso Munhoz Guimaraes Araújo – marido de Veridiana
Giulia – filha de Veridiana e Bruno
Matteo – filho de Veridiana e Bruno
Galeazzi & Associados / Reprodução
Empresário Luiz Cláudio Galeazzi pilotava a aeronave.
Galeazzi & Associados / Reprodução
Galeazzi era sócio da Credeal, tradicional fabricante de cadernos de Serafina Corrêa, no norte do Rio Grande do Sul. Tinha como parceiro na sociedade o empresário gaúcho Edilson Deitos, que conversou com a colunista Giane Guerra ao longo do domingo e o classificou como alguém “fantástico”, que não tinha medo de assumir “empresas estressadas” para recuperá-las.
O empresário também atuava como CEO de serviços de melhoria empresarial, recuperação e reestruturação em uma empresa que leva seu sobrenome: Galeazzi & Associados. A empresa se manifestou à imprensa com duas notas na tarde deste domingo.
Qual é o modelo da aeronave?
A aeronave que caiu em Gramado neste domingo era um Piper Cheyenne, com motor à hélice e capacidade para até nove passageiros, sem incluir tripulantes. A aeronave tinha como prefixo PR-NDN. Antes de chegar à serra gaúcha, o avião havia feito, em dezembro, viagens entre Jundiaí e Paraty (RJ).
Conforme os registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião estava em nome de Luiz Claudio Salgueiro Galeazzi.
As reportagem é do Jornal ZeroHora versão online e pode ser acessada pelo link a seguir