Política

Governo adia novamente decisão após nova rodada de debate sobre pacote de corte de gastos

O governo federal adiou mais uma vez a decisão sobre o pacote de corte de gastos, depois de mais um dia de reunião, nesta sexta-feira (8), entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a equipe econômica e ministros.

As medidas encontram resistência nas pastas e com o próprio presidente. Desde segunda-feira (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, promete o anúncio das medidas para equilibrar as finanças públicas.

Participaram do encontro os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão), vice-presidente Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação), Nísia Trindade (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho).

Na proposta apresentada inicialmente pela equipe econômica, havia expectativa de redução do seguro-desemprego, abono salarial e no BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é pago a idosos de baixa renda e deficientes.

No entanto, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), afirmou a jornalistas na quinta-feira (7) que não haverá corte em benefícios como o Bolsa Família e BPC. Segundo ele, o presidente Lula “jamais aceitaria”.

“Não vamos, no MDS [Ministério do Desenvolvimento Social], cortar nenhum benefício de quem tem direito ao Bolsa Família e BPC! Pelo contrário: a ordem do presidente Lula é garantir direito a quem tem direito, quem está fora e na insegurança alimentar e tirar o Brasil do Mapa da Fome e estamos fazendo”, afirmou.

Na quarta-feira (6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou a jornalistas que o que foi apresentado ao presidente Lula é consistente com a tese de reforçar o arcabouço fiscal e disse ainda que os ministros estão conscientes da necessidade das medidas.

“Os ministros todos estão muito conscientes da tarefa que temos pela frente, de reforço do arcabouço fiscal, da previsibilidade e da sustentabilidade das finanças a longo prazo. A partir dessa devolutiva, o presidente encaminha para o Congresso”, declarou.

Após decisão do Planalto, a proposta ainda deve ser apresentada aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O plano para reduzir despesas é aguardado principalmente pelo mercado financeiro. Segundo analistas, o governo precisa cortar, pelo menos, R$ 60 bilhões até 2026 para cumprir o limite do arcabouço fiscal. Para 2025, a redução precisaria ser já de R$ 25 bilhões.

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