Bancos e sites de compras oferecem novos meios de pagamento
Instituições flexibilizam pagamento, com parcelas de até 24 vezes, para atrair clientes e enfrentar concorrência. Especialistas alertam para compras por impulso
De olho na concorrência com os bancos digitais e diante da enorme popularidade do Pix no Brasil, instituições financeiras ampliaram as possibilidades de uso do pagamento instantâneo, do financiamento e do cartão de crédito. Dá para fazer um Pix e financiar essa mesma compra – ou até jogar o pagamento para o cartão de crédito. Ou antecipar faturas do cartão que só venceriam daqui a alguns meses para pagar à vista com desconto.
A flexibilidade chega também ao varejo, com grandes marcas oferecendo novas modalidades de pagamento na hora de fechar o carrinho de compras. A tendência, dizem especialistas, é que o cliente tenha cada vez mais opções.
— Os bancos, sabendo que a fronteira tecnológica está caminhando para pagamentos por aproximação e para eventualmente não ter nem mais que usar o plástico, já estão promovendo e aceitando o meio de pagamento que já existe, o Pix, para operações de crédito — diz Luis Miguel Santacreu, gerente de análise de instituições financeiras da Austin Rating.
O Pix crédito — modalidade na qual a transação instantânea cai na conta de quem recebe, mas, para quem paga, o valor pode ser parcelado, em um cartão vinculado à conta ou não, com ou sem cobrança de juros, a depender do cliente — chegou ao mercado em 2022 e ganha cada vez mais adesão.
No Santander, o parcelamento pode ser em até 24 vezes, com a primeira parcela vencendo só em 59 dias. Itaú, Bradesco, Inter, Nubank e várias outras instituições também oferecem a modalidade, com prazos e taxas de juros que variam a cada caso.
Para as instituições financeiras, além de reter a clientela, o Pix crédito traz a vantagem de redução de custos, avalia Santacreu. O uso do cartão, pressupõe pagar taxas às maquininhas e também a produção do plástico, o que acaba encarecendo a operação na comparação com as transferências via celular.
— E há também uma questão geracional. O celular para o jovem é onde está tudo. Então os bancos olham para essa nova geração, que vai numa loja comprar uma roupa e “passa” o celular — diz o especialista.
Depois de Shopee e Mercado Livre, a Amazon anunciou, no mês passado, um crediário que pode ser contratado no momento de fechar o carrinho. Com taxas que variam de 4% a 7,8% ao mês, a depender do perfil do cliente, a compra pode ser parcelada em até 24 meses, com valor mínimo de R$ 20 por parcela.
Os juros do rotativo do cartão de crédito – modalidade de crédito aplicada aos clientes que não pagam a fatura em dia – alcançaram e setembro o maior patamar do ano: 438,4%.
Para quem tem uma folga no orçamento, uma outra modalidade que vem ganhando o mercado é a antecipação de parcelas futuras do cartão de crédito. O cliente pode optar por pagar já prestações que só venceriam daqui a alguns meses, normalmente com desconto. Segundo a educadora financeira Carol Stange, é preciso fazer as contas porque nem sempre a antecipação vale a pena.
Se o desconto for maior do que o cliente ganharia se deixasse o valor aplicado num investimento conservador (como por exemplo um fundo de renda fixa ou o Tesouro Selic), antecipar a fatura pode ser um bom negócio. Para se ter uma ideia, a taxa básica de juros da economia hoje está em 10,75% ao ano.
Caso contrário, não há ganho financeiro, mas apenas a vantagem de ter o limite do cartão liberado.
— Antecipar parcelas pode dar espaço para receber novas prestações previstas, a depender do limite de gastos.
A matéria completa é de O Globo versão online e pode ser acessada pelo link a seguir: