Manaus

Barroso diz existir ‘operação abafa’ contra a Lava Jato

“Operação abafa”  está em curso para enterrar ações de combate à corrupção(Ilustração Janderson Martins)

Numa entrevista  ao historiador Marco Antônio Villa no último sábado (13), Luís Roberto Barroso afirmou que eventuais ‘excessos’ da Lava Jato   revelados nas  trocas de mensagens dos integrantes da força-tarefa não podem ser usados para ‘destruir tudo o que foi feito’ pela operação;

Falando das mensagens roubadas da operação, o ministro do STF apontou a “operação abafa” que está em curso por meio da aliança de todos os setores para enterrar ações de combate à corrupção.

“Não é esse o ponto, alguém ter dito uma frase inconveniente ou não. É que estão usando esse fundamento pra tentar destruir tudo que foi feito, como se não tivesse havido corrupção. O problema do Brasil foi a Lava Jato e os seus eventuais excessos, não foi a corrupção”, ironizou Barroso.

Barroso lembrou a devolução, por um ex-gerente da Petrobras, de mais de R$ 100 milhões de propina desviada dos cofres da estatal e a apreensão de R$ 51 milhões em dinheiro vivo no “bunker da propina” de Geddel Vieira Lima.

“É claro que, se tiver um excesso, ele deve ser objeto de atenção. Mas é preciso não perder o foco. O problema não é ter tido exagero aqui ou ali. O problema é esta corrupção estrutural, sistêmica, institucionalizada, que não começou com uma pessoa ou um partido, vem de um processo acumulativo que um dia transbordou. E o que a gente assiste hoje é a tentativa de sequestrar a narrativa como se isso não tivesse acontecido”, afirmou o ministro.

Barroso disse mais: “Um dos problemas é que, no andar de cima no Brasil, quase todo mundo tem um parente, um amigo, um parceiro que esteve envolvido com alguma coisa errada. E aí se forma um arco de alianças. O Brasil está polarizado de norte a sul, só há um consenso: varrer a corrupção pra baixo do tapete.” 

A declaração de Barroso mostrar-se o oposto  da opinião  do ministro Gilmar Mendes, que classificou a força-tarefa da Lava Jato como um “esquadrão da morte em  entrevista ao UOL na semana passada.

Receba mensagem no WhatsApp