Amazonas

Calha do Rio Negro desce acentuadamente e prejudica o transporte de cargas e combustível

Moradores dizem que a situação é de calamidade – as cidades de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, estão totalmente desprovidas de abastecimento de generos alimentícios e quando tem os preços são impraticáveis.

Rebocador tentando desencalhar a balsa na altura da Vila Carvoeiro em Barcelos – Amazonas

O rio tem vazado uma média de 3 centímetros por dia e na altura da Vila Carvoeiro (localizada a margem direita do Rio Negro, comunidade pertencente ao município de Barcelos) – profundidade do canal é de 1,20 m quando as embarcações são 1,60 de calado__ o calado é a distância entre a quilha da balsa (seu ponto mais baixo) e a linha superficial da água. Portanto, é toda a parte da embarcação que está submersa.

Exatamente neste ponto do Rio Negro as embarcações não passam e quem tenta navegar fica encalhado, como foi o caso que aconteceu com balsa de Carlos Martins, conhecido transportador de cargas da região que tentara fazer viagem no sábado (10/11).

Pessoas ouvidas por telefone pela reportagem, dizem que a situação é de calamidade – as cidades de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, estão totalmente desprovidas de abastecimento de genros alimentícios e quando tem os preços são impraticáveis.

A concessionária de energia de São Gabriel da Cachoeira, por decisão judicial, está sendo multada por não conseguir fornecer a energia para a população em todos os horários __ não tem combustível em estoque e o transportador não consegue chegar à cidade, uma vez que o rio está seco.

O Rio Negro desceu, em uma semana, 21 centímetros, segundo o Porto de Manaus. A continuação da vazante ocorre após o rio subir 52 centímetros em 11 dias.

Neste ano, o Rio Negro registrou a pior seca da história da capital em mais de 120 anos de história. Dados do porto mostram que o rio chegou a 12,70 metros.

Na capital, a seca colocou a cidade em estado de emergência, fechou escolas da zona rural, isolou comunidades e mudou cenários, como, da praia da Ponta Negra e do Encontro das Águas.

No final de outubro, o rio voltou a subir e até o dia 7 de novembro, foram mais de 50 centímetros positivos. No entanto, no dia 8, as águas voltaram a descer.

Desde então, o rio tem vazado uma média de 3 centímetros por dia. Esse fenômeno é conhecido como repiquete no Amazonas, uma espécie de efeito sanfona do rio.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba mensagem no WhatsApp