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Agência de notícias diz que governo do Amazonas é acusado de adquirir software de monitoramento sob investigação por espionagem

Uma reportagem da Agência Pública, publicada nesta terça-feira (24), revelou que o governo do Amazonas teria adquirido o software de monitoramento FirstMile, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte. O programa está sendo investigado pela Polícia Federal por suspeitas de uso para espionagem durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a reportagem, a gestão do governador Wilson Lima (União Brasil) teria adquirido os produtos da empresa israelense em julho de 2022, ao custo de R$5,9 milhões. A compra incluiu um “equipamento satelital para identificação, rastreamento, monitoramento e interceptação de indivíduos em atividades relacionadas ao tráfico de drogas em ambiente urbano e florestal” destinado ao Departamento de Investigações sobre Narcóticos (DENARC) da Polícia Civil do estado.

No entanto, na última quinta-feira (16), a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar denúncias de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria utilizado esse programa para monitorar celulares de milhares de brasileiros durante os três primeiros anos do governo Bolsonaro. A informação foi inicialmente publicada pelo jornal O Globo e posteriormente confirmada pela Abin.

O software FirstMile permitia o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses, bastando digitar o número da pessoa. Além disso, a aplicação criava históricos de deslocamento e alertas em tempo real da movimentação dos aparelhos cadastrados.

A reportagem da Agência Pública também destaca que outros governos estaduais, principalmente aqueles alinhados à direita política, como Goiás, São Paulo, Amazonas e Mato Grosso, além de setores das Forças Armadas, teriam adquirido ou renovado contratos para obtenção de produtos da empresa nos últimos cinco anos.

Vale ressaltar que a compra do software pelo governo do Amazonas ocorreu antes das denúncias de espionagem. Em dezembro de 2017, durante o mandato do então presidente Michel Temer, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) registrou a primeira contratação do programa pelo governo federal, ao custo de R$9 milhões.

Essa não é a primeira vez que a gestão do governador Wilson Lima é alvo de denúncias desse tipo. Em julho de 2021, surgiram acusações após a Operação Garimpo Urbano descobrir que membros da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (SEAI) estariam extorquindo garimpeiros com o uso de recursos e expertise do órgão.

Até o momento, o governo do Amazonas e os órgãos questionados pela reportagem não se pronunciaram sobre as acusações. A investigação continua em andamento.

Leia mais acessando o link da Agencia Pública

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