Amazonas

PF e Receita Federal deflagram operação contra mineração ilegal de ouro

A Operação Emboabas identificou indícios de contrabando de ouro que ia do Brasil para Europa, tendo abordagem na rede de supermercados Nova Era

Foram cumpridos 2 mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca, além de outras medidas cautelares em várias cidades e também foi deferida ordem de sequestro de bens no montante total de mais de R$ 5,7 bilhões – Foto:Divulgação

A Polícia Federal, em ação conjunta com a Receita Federal, deflagrou na manhã desta quarta-feira (20/9), as Operação Emboabas e Eldorado, para desarticular esquemas criminosos envolvendo mineração ilegal de ouro no Amazonas e Roraima

Foram cumpridos 2 mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca, além de outras medidas cautelares, nas cidades de Manaus/AM, Anápolis/GO, Ilha Solteira/SP, Uberlândia/MG, Areia Branca/RN, Ourilândia do Norte/PA, Tucumã/PA e Santa Maria das Barreiras/PA.

Também foi deferida ordem de sequestro de bens no montante total de mais de R$ 5,7 bilhões.

A Operação Emboabas, realizada no Amazonas, identificou indícios de contrabando de ouro para Europa após a prisão em flagrante de pessoa que transportava 35 kg de ouro, e pretendia entregar a dois norte-americanos, sócios de uma empresa em Nova Iorque.

A investigação revelou que a organização criminosa adquire ouro de terras indígenas e leitos de rios com uso de dragas e, por meio de fraude, declara que o ouro foi extraído em permissões de lavra garimpeira (PLG) regularmente constituídas. Também foi identificado que o alvo principal realiza o esquentamento do ouro através de um austríaco que se naturalizou brasileiro e afirma ter mais de mais R$ 20 bilhões em barras de ouro em um suposto país independente criado pelo próprio investigado.

Uma das prisões ocorreu em Boa Vista: Ariel Silva Magalhães, empresário que é suspeito de intermediar a saída do ouro ilegal da TI Yanomami. Ele usava a empresa MF Soluções empresariais para fazer a retirada do minério, de acordo com a PF.

O outro alvo foi preso em um condomínio de casas de luxo em Manaus. Segundo a PF, Brubeyk do Nascimento teria montado um esquema de remessas ilegais para negociar no exterior o ouro extraído em garimpos ilegais na TI Yanomami.

Em uma coletiva de imprensa concedida em Manaus, os delegados da Polícia Federal (PF) Adriano Sombra, o delegado da Polícia Civil, Vinicius Nunes de Paula e o chefe da Delegacia Regional da PF, Domingos Sávio, descreveram o esquema como “a maior organização criminosa que envia ouro para a Europa”.

Eles também revelaram que a PF usou aplicativos de geolocalização para descobrir a origem do ouro contrabandeado.

“Eles alegam que extraem o ouro de uma permissão de lavra garimpeira, mas, através de geolocalizaçao e aplicativos da Polícia Federal, verificamos que o local onde afirmam retirar o ouro não tem nenhuma extração. Ou seja, a medição do local declarada está totalmente preservada, legalmente eles poderiam retirar dali, declaram que o fazem, mas não o fazem”, explicou Adriano Sombra.

“É importante ressaltar que isso é apenas um retrato de uma parte do esquema criminoso. No entanto, essa organização criminosa tem outras operações com diferentes empresas. Em resumo, eles adquirem ouro ilícito de garimpos através de fraudes e o enviam para a Europa sem autorização”.

Com a operação Emboabas em Manaus foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca, além de outras medidas cautelares.

O esquema investigado pela PF envolveria o contrabando de ouro venezuelano, o qual entraria clandestinamente Brasil como pagamento pela exportação de alimentos por mercados de Roraima e do Amazonas.

O supermercados Nova Era e Big Amigão foram alvos da operação Emboabas, deflagrada na manhã desta quarta-feira (20) pela Receita Federal e Polícia Federal com objetivo de desarticular a suposta organização criminosa especializada em adquirir ouro proveniente de regiões onde a mineração é proibida e na sequência declarar, mediante fraude, que o metal precioso havia sido extraído de áreas com permissão de lavra garimpeira (PLG) regularmente constituída.

Transportadoras contratadas esconderiam no dentro de caminhões o ouro contrabandeado, que entrariam em Roraima sem os procedimentos necessários e pagamento de tributos.

Posteriormente, o minério seria comprado por outros integrantes do esquema e enviado para empresas atuantes no ramo de exploração de minério aurífero, responsáveis por concretizar o pagamento aos supermercados e às distribuidoras de alimentos.

Segundo o inquérito, os principais investigados desse esquema também teriam envolvimento com a exploração clandestina do minério em Terras Indígenas Yanomami e em garimpos espalhados em outros estados.

Além dos mandados de prisão e buscas, a Justiça também determinou a indisponibilidade de ativos financeiros, veículos e aeronaves dos investigados.

Por meio de nota, o Nova Era informou que a PF esteve no local para coletar informações sobre exportações. A empresa disse ainda que colabora com a investigação. Até o fechamento desta edição, o Big Amigão  não havia se pronunciado.

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