Política

Ministro das Comunicações tem bens bloqueados pelo Supremo

Juscelino Filho é investigado por desvio de recursos públicos. Situação dele no governo fica complicada

Bloqueio de bens do ministro Juscelino Filho e de outros investigados pela PF visa eventual ressarcimento aos cofres públicos – (crédito: Diego Campos / MCom)

A deflagração da Operação Benesse, pela Polícia Federal, para apurar desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), fez o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, voltar ao centro das atenções e criar mais um problema para o Palácio do Planalto. Ante indícios de desvio de recursos de emendas parlamentares, ele teve os bens bloqueados por determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado, no entanto, negou pedido da corporação para fazer buscas em endereços do integrante do governo.

A defesa do ministro se pronunciou dizendo que “Juscelino Filho não foi alvo de buscas, e o inquérito servirá justamente para esclarecer os fatos e demonstrar que não houve qualquer irregularidade”. “Emendas parlamentares são instrumentos legítimos e democráticos do Congresso Nacional, e Juscelino Filho segue à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades”, enfatizou a nota.

Juscelino pode ser considerado a figura mais complicada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Indicado para o ministério pelo União Brasil, com a articulação do senador Davi Alcolumbre (AP), desde o início da gestão vem sendo alvo de uma série de suspeitas

O município maranhense citado pela PF é Vitorino Freire, comandado pela prefeita Luanna Rezende, irmã do Juscelino. Ela foi alvo, nesta sexta-feira, de 12 mandados de busca e apreensão e afastada do cargo por decisão de Barroso. A suspeita é de que R$ 5 milhões em emenda parlamentar repassados à Codevasf foram usados para asfaltar uma estrada que passa na fazenda da família.

Barroso não autorizou buscas contra Juscelino por entender que não há nada concreto sobre uma atuação direta de Juscelino. Segundo fontes ouvidas pelo Correio Braziliense, o magistrado teria considerado “muito drástica” a medida a partir dos elementos disponíveis nos autos. Ele, porém, resolveu pelo bloqueio de bens para um eventual ressarcimento ao Erário.

Apesar do entendimento de que os indícios contra Juscelino ainda serem frágeis, a PF avalia que as buscas feitas contra a irmã dele devem trazer novas evidências sobre a participação do ministro no suposto esquema. Barroso reforçou a necessidade do prosseguimento das investigações.

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