Nas Entrelinhas

Feminismo conservador ganha espaço na direita com Michelle Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, disse não querer competir com os homens, e sim ajuda-los e assim descreveu a participação das mulheres na política, em um palco repleto de menções a filhos e maridos, críticas ao feminismo, buquês de flores e muito cor-de-rosa. O evento de pompa do PL Mulher, no fim de julho, em Florianópolis, reunia uma multidão interessada em ouvi-la, até que foi surpreendida pela presença improvisada de Jair Bolsonaro

A ex-primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro (PL), vai cumprir agenda no Ceará no próximo mês de setembro – Foto: Divulgação

— Deixa ele (Bolsonaro) sair que a gente começa, por isso que tinha que ter aparecido no telão, né? Melhor. Vamos voltar ao foco, acho que já deu — disse Michelle, tentando retomar a atenção do público.

Apesar dos percalços, a luta por maior participação feminina na política tem sido cada vez mais encampada por partidos conservadores e virou alvo de estratégias por mais filiadas e eleitoras. Um quarto das 91 deputadas federais é filiada ao PL ou ao Republicanos — dois partidos com forte identificação com a direita.

O país assistiu à ascensão de mulheres de direita sobretudo nas duas últimas eleições, na esteira de Bolsonaro. Casos de Carla Zambelli (PL-SP) e Joice Hasselmann (sem partido), deputadas federais mais votadas em 2022 e 2018, e Janaina Paschoal (PRTB), a estadual com maior votação da História, em 2018. As duas últimas romperam com Bolsonaro e não se reelegeram.

O evento com Michelle mostra como o PL tem oferecido estrutura de campanha eleitoral para a ex-primeira-dama, que não ocupa cargo público, mas é considerada um importante ativo. Ela vem rodando o país para se reunir com mulheres e incentivar a filiação feminina. Foram ao menos sete eventos em diferentes estados. O objetivo da turnê é incentivar a abertura de setoriais, visando a fortalecer candidaturas femininas para 2024. Mas seus aliados reconhecem que o palco dado pelo PL garante holofotes para robustecer uma eventual candidatura à Presidência.

O Republicanos, que foi base do governo Bolsonaro, abraçou a bandeira das mulheres. Abrigo da senadora Damares Alves, a sigla se define como “a casa política das brasileiras”.

Ligado à Igreja Universal, o partido mira a mulher religiosa — não por acaso. Pesquisa Datafolha de dezembro de 2019 identificou que elas respondem por 58% do público evangélico no Brasil, acima da parcela feminina no país, de 52%. O partido é um dos três a ter maioria feminina entre os quadros, atrás do Partido da Mulher Brasileira (PMB).

A matéria completa pode ser acessada pelo link a seguir:

https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2023/08/27/com-michelle-bolsonaro-e-damares-feminismo-conservador-ganha-espaco-na-direita.ghtml

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