Para pavimentar BR-319,ministro dos Transportes quer usar recursos do Fundo Amazônia
A obra não entrou no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas os estudos de viabilidade e sustentabilidade ambiental serão analisados pelo grupo técnico criado no âmbito do programa para avaliar essas questões. Ela enfrenta a resistência da área ambiental do governo, por estar no meio da floresta Amazônica
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou nesta quarta-feira (16) que sua pasta vai apresentar um modelo para pavimentar a rodovia BR- 319, que liga Manaus ao sistema rodoviário do restante do país, com recursos do Fundo Amazônia.
A obra não entrou no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas os estudos de viabilidade e sustentabilidade ambiental serão analisados pelo grupo técnico criado no âmbito do programa para avaliar essas questões. Ela enfrenta a resistência da área ambiental do governo, por estar no meio da floresta Amazônica.
Renan Filho concedeu entrevista a jornalistas para detalhar os projetos do Novo PAC para a área dos transportes, que constitui um dos nove eixos de investimentos.
O programa foi lançado na sexta-feira (11), em um grande evento no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. É a grande aposta de vitrine do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo prevê R$ 371 bilhões em investimentos com recursos públicos até o fim do mandato de Lula, em 2026.
No total, também incluindo investimentos das estatais e recursos privados, estão previstos R$ 1,4 trilhão em quatro anos.
Questionado sobre a possibilidade de a pavimentação da BR-319 sair do papel e ser incluída no programa, Renan Filho disse que aguarda a manifestação do grupo técnico que vai avaliar a viabilidade ambiental do projeto e adiantou que a pasta vai apresentar o modelo, com recursos do Fundo Amazônia.
“A gente vai apresentar, quando esse grupo [técnico] estiver formado, um modelo inovador que visa uma gestão privada da rodovia e uso de recursos do Fundo Amazônia para que tenhamos uma gestão dessa rodovia modelo para o planeta, a rodovia mais sustentável e mais verde do planeta”, afirmou.
Segundo o ministro, os veículos precisariam parar ao entrar nessa rodovia, para haver um controle maior e evitar crimes ambientais. O local é de “baixo fluxo” e não é um corredor de produção e sim de preservação.
“Mas por que essa concessão tem que contar com recursos, por exemplo, do Fundo Amazônia? Porque, como o fluxo é muito baixo nesse trecho, para fazer uma gestão privada de custo relativamente alto que permita passagem animal, controle e combate ao desmatamento, que tenha monitoramento por câmeras, por viaturas, nem que não seja da polícia, que seja privada para fazer o monitoramento da área, isso não teria sustentabilidade por pedágio”, afirmou.
O titular da pasta dos Transportes ainda acrescentou que sua equipe não vê uma “incongruência insanável” nessa obra.
Renan Filho divulgou que o Novo PAC terá investimentos de R$ 280 bilhões em rodovias e ferrovias, entre recursos públicos e privados.
Em relação ao transporte rodoviário, há 280 empreendimentos previstos no total.
O ministro ainda falou que pretende realizar, até o fim de 2026, 50 novos contratos de concessão de rodovias. Seriam 35 por meio de novos leilões e outros 15 por meio de “otimização” dos contratos existentes.
O objetivo, segundo o ministro, seria otimizar contratos que estão em processo de relicitação ou que apresentem atualmente desequilíbrios mais graves.
A matéria da Folha de São Paulo completa pode ser acessada pelo link abaixo: