Manaus

David Almeida reclama: isolamento e estrada ruim contribuem para falta de oxigênio em Manaus

David Almeida;“Estamos vivendo a tragédia em relação ao oxigênio por um problema de logística”-SEMCOM

A falta de oxigênio em Manaus, fez o prefeito David Almeida reagir e reclamar de que o problema está também no isolamento e estrada ruim (BR-319)

David não deixou por menos: “Vocês precisam entender por que Manaus sofre. É que Manaus é cidade-Estado. Nós temos mais da metade da população do Estado morando em Manaus. Todas as UTIs do Estado estão em Manaus”. O prefeito argumenta que a cidade recebe pacientes dos 62 municípios e o isolamento geográfico da região afeta a chegada dos tubos de oxigênio necessários no sistema de saúde.

“Estamos vivendo a tragédia em relação ao oxigênio por um problema de logística. De Belém para Manaus é 1.500 quilômetros, sete dias de barco. Ou, para Porto Velho, seis ou sete dias também”, explicou o prefeito de Manaus. “Agora, vou pedir para que você que grave e publique isso: o Amazonas é o Estado mais preservado do Brasil e talvez do mundo. Temos 97% da floresta preservada. Somos o exemplo para o mundo, mas estamos sendo penalizados por isso”, disse o prefeito de Manaus. 

Almeida alegou que o abastecimento da região depende do asfaltamento de um trecho de 400 quilômetros da estrada BR-319 para Porto Velho, obra que não foi feita. “No inverno, aquele trecho da estrada fica intransitável”, explicou. A obra ajudaria a romper o isolamento regional e facilitaria o abastecimento, defendeu. “E aquela área da estrada nem é apropriada para agricultura”, reclamou.

“A preservação, que deveria servir a nosso favor, está contra nós”, criticou Almeida. “Tem gente que devasta em seus países e vem fazer aqui lobby contra a nossa estrada, a BR-319, que liga a Porto Velho. Isso causa o nosso isolamento. Esse isolamento em parte contribui para essa tragédia da covid”, disse.

Ele não poupou os ambientalistas e disse que eles protestam contra desmatamento, mas quando o Amazonas precisa de ajuda humanitária, ninguém dos ambientalistas dá atenção. “Nós aqui sabemos preservar a floresta”, disse. “Mas quando nosso povo, o povo que preserva a floresta, está precisando, ninguém aparece para ajudar”. afirmou.

O prefeito declarou que a necessidade do Estado na segunda-feira era de 55 mil metros cúbicos de oxigênio por dia. “Hoje, quinta-feira, é de 76 mil metros cúbicos por dia.  No auge da pandemia, a maior necessidade era de 30 mil metros cúbicos”, explicou. Almeida ressaltou que os tubos de oxigênio não podem ser transportados em avião de carga normal – precisam de avião que voa em baixa altitude, como os aparelhos da Força Aérea.  

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