Para o climatologista Carlos Nobre não basta cessar desmate na Amazônia, é preciso grande restauração da floresta
Autor do estudo de não retorno da Amazônia, Carlos Nobre, diz que é verdade que no sul do bioma esse limite está próximo de ser ultrapassado. “Infelizmente, uma série de estudos mostram que estamos na beira do precipício”, diz. Mas acredita que ainda é possível reverter o desastre
Para Carlos Nobre, climatologista brasileiro reconhecido internacionalmente, não basta parar imediatamente o desmatamento e adegradação florestal na Amazônia, mas iniciar já um grande processo de restauração no sul da floresta e na porção dos Andes. Esse corredor verde teria 500.000 km2 e viria, em dois arcos, da Colômbia, Peru e Bolívia passando pelo sul da Amazônia brasileira e chegando ao Maranhão. Custaria, no mínimo, US$ 20 bilhões. “Se tivermos sucesso de zerar o desmatamento e a degradação e criar esse projeto de restauração florestal, teríamos grande probabilidade, na minha avaliação, de salvar a Amazônia. ” As declarações estão em reportagem especial do jornal Valor Econômico edição de hoje (05/05)
Para outros estudiosos, o sul da Amazônia, de tão desmatado e degradado, atingiu o ponto em que afloresta virou outra coisa e não retorna a ser o que era. Nobre, autor do estudo de não retorno da Amazônia, diz que é verdade que no sul do bioma esse limite está próximo de ser ultrapassado. “Infelizmente, uma série de estudos mostram que estamos na beira do precipício”, diz. Mas acredita que ainda é possível reverter o desastre.
Pesquisador do Instituto de Estudos Climáticos da USP e copresidente do Painel Científico para aAmazônia —onde foi criado o projeto “Arcos do Reflorestamento”—,Nobre detalha, na entrevista para o Valor, o momento da Amazônia, porque o desmatamento não cai
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