Estilistas indígenas adaptam produtos naturais encontrados na floresta para produzir roupas e ganhar o mundo
Com o sucesso, as peças passaram a ser comercializadas em feiras e perfis nas redes sociais, o que garante a venda até para fora do país
O grafismo indígena, marca de muitas etnias, passou a inspirar estilistas indígenas do Amazonas. Agora, os traços, que saltaram da pele para o tecido, começam a ganhar o mundo da moda.
Utilizando casca de árvores, fibras e sementes, os estilistas indígenas adaptam produtos naturais encontrados na floresta para produzir as roupas.
Na cultura indígena, a tradição do grafismo é passada de geração para geração. A estilista Yra Tikuna conta que, desde os 12 anos, vem criando roupas inspiradas na produção ancestral. Hoje, a venda das peças já garante a renda da profissional.
A conexão com a natureza e com os “parentes” – adjetivo usado pelos indígenas para se referir a uma pessoa próxima e querida – inspira o grafismo. Para Yra Tikuna, desenhar no tecido também é uma forma de se ligar às origens.
“A minha inspiração vem da natureza. Da nossas das nossas florestas, dos nossos animais, dos nossos rios, da nossa mãe-terra. Quando eu começo a pintar, vem desenhos de nossos pássaros, nossas araras, nossos papagaios, dos rios, dos nossos peixes. Então acredito que é a nossa inspiração, não só a minha, mas de todos os parentes”, contou Yra Tikuna.
A tradição e ancestralidade indígena também inspiram a estilista amazonense Claudia Baré. O dom foi passado de mãe para filha.
“A própria natureza é minha inspiração. A minha mãe que, costurava nossas próprias roupas quando criança, dá força de mostrar a quem possa interessar que temos capacidade de criar e pôr em prática as nossas ideias a partir da nossa cultura indígena”, ressaltou Claudia.
Grafismo indígena pelo mundo
Com o sucesso, as peças passaram a ser comercializadas em feiras e perfis nas redes sociais, o que garante a venda até para fora do país.
Yra Tikuna tem peças expostas em desfiles e mostras indígenas. Segundo a estilista, os clientes internacionais que compram as pessoas são admiradores do grafismo indígena.
Com G1 Amazonas
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