O Água Santa precisa somente de um empate para levantar o caneco
Técnico adverte: Palmeiras leva a taça ou passa vergonha
O Brasil saberá hoje, no Allianz Parque, se o Palmeiras passará “uma grande vergonha”, como o próprio técnico português disse há uma semana, ou se o time alviverde é capaz de reverter a desvantagem criada pela derrota para o Água Santa na primeira partida da final do Paulistão e conquistar, pelo segundo ano consecutivo, o título do Estadual.
Pela segunda edição seguida, o Palmeiras tem o desafio de virar o confronto para erguer a taça. A tarefa, agora, é menos desafiadora do que no ano passado, quando aplicou 4 a 0 no São Paulo depois de sofrer 3 a 1 no duelo de ida. “Não tenho dúvidas de que estamos confiantes para reverter esse placar”, afirmou o meio-campista Raphael Veiga.
Considerando aquela virada sobre o time tricolor e outras façanhas da equipe, o treinador Abel Ferreira, os atletas e a torcida confiam em reverter novamente a situação. Desta vez, a equipe se vê obrigada a ganhar de dois gols de diferença para ficar com o troféu, que, se conquistado, será o 25.º de sua história. Caso vença pela diferença mínima, o título será definido nos pênaltis.
“Ou revertemos ou vamos passar uma grande vergonha”, disse Abel depois de ver seu time ser superado por 2 a 1 pelo Água Santa em Barueri, domingo passado. “De passado vive o museu. Nós vivemos de atitude competitiva, vontade e crer. Da ambição de ganhar títulos”, explicara o técnico.
A missão de derrubar a vantagem do Água Santa aparece num momento desfavorável para o Palmeiras, o pior neste ano. São duas derrotas seguidas de um time que estava invicto nesta temporada, algo que não acontecia desde novembro de 2021. Perdeu na ida e na Libertadores da América.
A aposta para que venha mais um troféu é Endrick, a boa notícia em uma semana ruim. O jovem foi um dos poucos que se salvaram no primeiro duelo da final do Paulistão. Entrou no segundo tempo, fez o gol palmeirense, o seu primeiro no ano, e mostrou estar pronto para voltar a ser titular após um bom tempo no banco. É provável que retome a titularidade e Breno Lopes volte a figurar entre os suplentes.
Abel teve pouco tempo para reerguer o moral de seus atletas. Foram apenas três treinos depois do duro revés para o Bolívar em La Paz. Quase todos os titulares permaneceram em São Paulo e não jogaram na estreia da Libertadores. Portanto, estão descansados e concentrados para a decisão estadual. Apenas Gabriel Menino, entre os 11 que iniciam o duelo no Allianz Parque, atuou alguns minutos contra os bolivianos na altitude de 3.600m.
ANDARILHO DA BOLA. O Água Santa confia em seu artilheiro, Bruno Mezenga, para conquistar o título e se afirmar entre os principais times de São Paulo. Hoje um clube mais organizado, a equipe de Diadema disputava jogos da várzea até 2011, quando se profissionalizou.
“É a nossa oportunidade de fazer história com a comunidade de Diadema. Talvez a gente não tenha outra chance”, disse Mezenga. Os gols do artilheiro do time de Diadema – são sete no Paulistão – despertaram o interesse do Santos, que tem um acordo com o atleta.
Mezenga, um andarilho da bola, tem esse nome por causa da novela Rei do Gado, da Rede Globo. Aos 34 anos, o Água Santa é o 15.º clube diferente na carreira do atacante revelado pelo Flamengo. Pode ser o primeiro em que o camisa 9 levanta o troféu de campeão como referência do elenco. Na ida, ele marcou os dois gols