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Arthur Lisboa,da Suframa no podcast Gilberto Martins Entrevista

Uma conversa franca com Arthur Lisboa: Suframa fortalece papel estratégico da Zona Franca e projeta expansão internacional

 Arthur Lisboa,coordenador Geral de Comércio Exterior da Suframa – Foto:Arquivo Suframa

O analista da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Arthur Lisboa, falou ao podcast Gilberto Martins Entrevista,na Produtora Seis Web TV no Youtube sobre o papel estratégico da Suframa, o fortalecimento da Zona Franca de Manaus e os novos caminhos da economia amazônica voltados à exportação, inovação e sustentabilidade.

Gilberto Martins: Arthur, conte um pouco da sua trajetória e como começou seu vínculo com o desenvolvimento regional.

Arthur Lisboa: Tenho 35 anos e uma trajetória muito ligada ao desenvolvimento econômico da Amazônia. Sou formado em Relações Internacionais e comecei aos 18 anos como estagiário no Sebrae. Desde cedo me envolvi com projetos de empreendedorismo e, posteriormente, entrei na Suframa, onde hoje atuo como analista. Trabalhei na área de exportação e atualmente acompanho de perto os programas de fomento e incentivo ao desenvolvimento regional. A Suframa tem um papel socioeconômico e estratégico fundamental, com uma história que vem desde a década de 1950.

Gilberto Martins: A Zona Franca de Manaus é considerada um dos principais pilares econômicos da região. Como você enxerga o papel atual desse modelo?

Arthur Lisboa: A Zona Franca foi regulamentada em 1967 e, desde então, se consolidou como um modelo de desenvolvimento regional. Hoje abriga cerca de 600 indústrias em setores diversos. O papel da Suframa é impulsionar a economia regional por meio de várias frentes — comércio, agronegócio, serviços, tecnologia e bioeconomia. A Zona Franca começou como um centro comercial, mas se transformou em um polo de produção e inovação, com incentivos fiscais voltados tanto ao mercado nacional quanto internacional.

Gilberto Martins: Esses incentivos fiscais são frequentemente discutidos no cenário econômico nacional. Como eles funcionam na prática?

Arthur Lisboa: As empresas que se instalam na Zona Franca recebem isenção de tributos que garantem competitividade. O plano de exportação foi reformulado em 2021, e estamos ampliando a divulgação para que mais empresas utilizem o programa. Em alguns casos, produtos eletrônicos e de informática têm redução de até 88% nos impostos, tanto para o mercado interno quanto para exportação. Esse diferencial fiscal é o que permite ao Amazonas competir com estados como Santa Catarina.

Gilberto Martins: E como está o cenário das exportações hoje? Ainda há muito a avançar nesse aspecto?

Arthur Lisboa: Sim. O Polo Industrial de Manaus nasceu com o objetivo de substituir importações, mas o desafio agora é exportar mais. No ano passado, o polo faturou R$ 205 bilhões, mas apenas 1,6% veio de exportações. É pouco. Precisamos abrir novos mercados e fortalecer acordos internacionais. Setores como o de motocicletas e bebidas têm se destacado. A Honda, por exemplo, bateu recorde de exportações para os Estados Unidos, e a Recofarma envia produtos para Bolívia, Colômbia e Venezuela.

Gilberto Martins: Você mencionou a bioeconomia como novo vetor de desenvolvimento. Como a Suframa tem atuado nessa área?

Arthur Lisboa: A bioeconomia é uma das nossas maiores oportunidades. O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) firmou contrato com a Universidade do Estado do Amazonas, e isso abre caminho para pesquisas e o desenvolvimento de produtos como cosméticos, óleos e fitofármacos. A formação de cadeias produtivas locais é essencial para gerar valor na região. O senador Omar Aziz, por exemplo, já defendeu a criação de um polo de cosméticos, e temos potencial real para isso.

Gilberto Martins: E quanto à inovação e à inserção internacional das pequenas empresas e startups?

Arthur Lisboa: A Suframa tem buscado apoiar micro e pequenas empresas que desejam exportar. Oferecemos acompanhamento técnico, planos de exportação e parcerias com Sebrae, Fieam e universidades. As startups também têm acesso aos mesmos incentivos, com foco em tecnologia e inovação. Já participamos de mais de 25 feiras e rodadas de negócios no Brasil e no exterior. Inclusive, estou de viagem marcada para Shenzhen, na China, a convite do presidente da Suframa, para prospectar novos parceiros comerciais.

Gilberto Martins: A Zona Franca também tem se preparado para a chamada Indústria 4.0. Há novidades nesse sentido?

Arthur Lisboa: Sim. Vamos realizar a ExpoPim 4.0, no Centro de Convenções Vasco Vasques, que reunirá cerca de 150 estandes. O evento vai mostrar o que há de mais inovador em automação, robótica, inteligência artificial e sustentabilidade. Empresas como a Samsung têm investido pesado em pesquisa e tecnologia dentro da Zona Franca, e queremos ampliar essa vitrine de inovação.

Gilberto Martins: Para finalizar, qual é a mensagem que você deixa sobre o futuro da Zona Franca de Manaus?

Arthur Lisboa: A Suframa é uma peça-chave para o crescimento sustentável da Amazônia. Nosso desafio é continuar modernizando o modelo, atrair novos investimentos e mostrar ao mundo o potencial econômico e ambiental da região. A Zona Franca é mais do que um modelo fiscal — é uma ferramenta de integração nacional e desenvolvimento sustentável.

A entrevista completa pode ser acessada no link a seguir;

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