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Médica revela situação no Hospital 28 de Agosto

O desabafo da médica ortopedista Carol Antony trouxe à tona crise na saúde pública do Amazonas, em especial no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto.

Médica ortopedista Carol Antony – Imagem:Reprodução Redes Sociais

Em um vídeo publicado nesta segunda-feira (16.dez.2024), a médica Carol Antony chamou atenção para a situação da unidade hospitalar, considerada uma das principais referências de atendimento no estado. A médica disse que a situação vai ficar muito complicada”, referindo-se à transição caótica de gestão para a Organização Social (OS) Agir, de Goiás.

Ela relatou uma série de problemas críticos que já estão afetando diretamente pacientes e profissionais. Entre as principais questões estão a redução de leitos – na ortopedia, a quantidade foi diminuída de mais de 100 para apenas 36 – e a contratação de médicos de fora, que, segundo ela, têm agido de maneira imprudente, realizando altas sem critérios adequados, deixando pacientes sem receitas, encaminhamentos ou suporte para tratamentos pós-operatórios. “Pacientes estão sendo mandados para casa com curativos sujos, sem saber para onde ir. Isso é desumano”, desabafou.

No vídeo publicado nas redes sociais,Carol expôs o drama enfrentado pelos profissionais de saúde locais. Médicos que atuam no 28 de Agosto estão sem receber salários desde agosto, enquanto a nova OS, contratada para assumir a gestão, recebeu um adiantamento de R$ 31 milhões. “A valorização dos profissionais daqui é zero. Enquanto isso, quem chegou agora já recebeu adiantado”, comentou Carol.

Segundo a médica, o contrato firmado entre a Agir e o Governo do Amazonas prevê não apenas a redução de leitos, mas também de equipes médicas, o que compromete o atendimento em todas as especialidades. Para a ortopedia, a redução drástica significa que cirurgias essenciais podem ser postergadas indefinidamente, aumentando o sofrimento dos pacientes. “Hoje, temos mais de 110 pacientes na fila para cirurgias ortopédicas. Com a nova gestão, simplesmente não há como atender essa demanda”, afirmou. A médica foi enfática ao dizer que, com a redução drástica de recursos, o 28 de Agosto pode precisar suspender o recebimento de novos pacientes. “Só vai restar o Platão Araújo e o João Lúcio, que já estão em caos absoluto. Isso é um caso gravíssimo de saúde pública, especialmente neste período de festas de fim de ano, quando sabemos que o número de atendimentos sempre aumenta.” Além do impacto direto na qualidade do atendimento, Carol Antony questionou a gestão dos recursos públicos. Segundo ela, os valores repassados à nova OS poderiam ter sido utilizados para quitar os salários atrasados dos profissionais locais, como havia sido anteriormente acordado.

Enquanto isso o governo do Estado diz que os atendimentos de urgência e emergência no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e Instituto Mulher Dona Lindu, que compõem o complexo Hospitalar Sul (CHS), seguem sendo realizados normalmente. Para dar continuidade aos serviços Organização Social de Saúde (OSS) responsável pela nova administração do complexo realizou a contratação de novos ortopedistas, após o instituto que prestava o serviço no HPS 28 de Agosto recusar a proposta de contratação e se retirar da unidade.

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