Governo quer monitoramento da BR-319 com portais de controle, sistemas e vistoria in loco
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo vai avançar com a pavimentação do trecho do meio da estrada. O compromisso foi reafirmado em encontro com os senadores do Amazonas Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB), no qual trataram de medidas para levar água potável para a região de São Gabriel da Cachoeira (AM). O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante)

O modelo inédito e permanente faria fiscalização ambiental em estrada que liga Manaus-Porto Velho que enfrenta, há anos, dificuldades de licenciamento ambiental para que seja novamente pavimentada
O Ministério dos Transportes trabalha na elaboração de uma proposta para fazer um contrato permanente de fiscalização ambiental da BR-319, a estrada federal que liga Porto Velho a Manaus e que enfrenta, há anos, dificuldades de licenciamento ambiental para que seja novamente pavimentada.
O plano é bancar, com recursos públicos, a prestação de serviços de monitoramento e controle de tráfego, envolvendo sistemas eletrônicos e fiscalização in loco, como forma de evitar que a retomada da estrada possa acelerar o desmatamento em uma das áreas mais sensíveis da Amazônia.
Dois portais de controle de acesso estão previstos no planejamento, com gerenciamento de cargas que entram e saem da rodovia.
Caso o projeto avance, seria um modelo inédito da gestão federal que, hoje, concentra a sua fiscalização ambiental no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
A ideia já tem sido debatida com o MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima) e com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), banco de fomento que já tem experiências com a mediação de concessão de parques federais, as chamadas unidades de conservação ambiental.
O trabalho privado seria um complemento às ações já realizadas por Ibama, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal na região. O objetivo é ter o modelo de contratação detalhado e fechado no início do ano que vem.
A retomada da estrada enfrenta forte resistência de organizações civis e ambientalistas, que veem no retorno do asfalto o aumento da destruição ambiental. Já o governo afirma que será justamente a pavimentação o que permitirá um controle intensivo da rodovia. Por ano, cerca de R$ 200 milhões já são gastos com manutenção da estrada.
Atualmente, mesmo sem asfalto, a BR-319 tem fluxo constante de caminhões, que fazem filas quilométricas ao longo do trecho, transportando carga entre as duas capitais.
Na semana passada, em visita ao estado do Amazonas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo vai avançar com a pavimentação do trecho do meio da estrada.
O compromisso foi reafirmado em encontro com os senadores do Amazonas Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB), no qual trataram de medidas para levar água potável para a região de São Gabriel da Cachoeira (AM). O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), também participou do encontro.
“O presidente confirmou que teremos um novo plano de governança para a BR-319, com esse monitoramento constante. Nós queremos que seja monitorado mesmo, não temos interesse nenhum em desmatamento ou queimada. É a floresta em pé que nos interessa”, disse à Folha o senador Omar Aziz.
“Nós fiscalizamos mais de 11 mil quilômetros de fronteira da Amazônia com outros países. Não vamos conseguir fiscalizar 400 km de estrada?”, questionou.
A matéria completa é da Folha de São Paulo e pode ser acessada pelo link a seguir