CNBC define data de estreia para 17 de novembro e anuncia detalhes de sua programação
Serão 15 horas diárias de conteúdo ao vivo, com telejornais comandados por vários ex-Globo
A CNBC anunciou a data oficial de sua chegada ao Brasil. O canal de notícias econômicas estreia exatamente às 20h do dia 17 de novembro, um domingo. Uma hora antes, às 19h, a empresa dá início às atividades em seus canais digitais. A ideia é aproveitar o noticiário gerado pela 19ª Reunião de Cúpula do G20, que começa no dia seguinte no Rio de Janeiro.
A informação foi dada por Christiane Pelajo e Fabio Turci, dois dos novos contratados, ao abrir o evento de lançamento do canal de notícias econômicas, realizado nesta sexta-feira (1º) em um hotel de São Paulo. Além de empresários, estiveram no local diversas autoridades de várias esferas do governo.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Fernando Haddad e Juscelino Filho, da Fazenda e das Comunicações respectivamente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, discursaram.
“É muito importante este lançamento, que eu considero institucionalmente importante que a imprensa tradicional, que os meios de comunicação tradicionais, reocupem o espaço público na vida brasileira”, disse Barroso no palco. “Porque é a imprensa tradicional que tem a capacidade de criar um conjunto de fatos comuns sobre os quais as pessoas vão formar as suas opiniões.”
Durante o evento, foram revelados detalhes da programação do canal, que promete 15 horas diárias de transmissões ao vivo. A grade vai abrir às 7h da manhã com o programa Agora. Comandado por Rafael Ihara, ele vai mostrar o fechamento das bolsas asiáticas e como está o mercado europeu. Às 9h30, Marcelo Torres comanda o Real Time CNBC, que acompanha a abertura do mercado brasileiro e outros assuntos do cotidiano.
Às 13h, Natália Ariede ancora o Money Times, em que vai fazer dobradinha com Renan de Souza, que entrará em link direto de Abu Dhabi. Na sequência, às 16h, Fabio Turci comanda o Radar CNBC, que focará os bastidores do poder e suas conexões com o mundo dos negócios.
Christiane Pelajo abre a programação noturna com o Times CNBC, que pretende unir informação e análise, além de notícias ao vivo de diversas partes do Brasil e do mundo. Ele será seguido pelo Conexão CNBC, apresentado por Marcelo Tavares, que trará uma seleção de conteúdos produzidos nas redações da CNBC ao redor do mundo.
Nos finais de semana, o canal também promete uma série de programas voltados para temas mais amenos, como lazer, bem-estar e lifestyle. Entre eles está o Passaporte CNBC, de viagens, que será comandado por Zeca Camargo, também colunista da Folha, e o Planeta CNBC, que terá Carol Barcellos vivendo experiências que podem inspirar os telespectadores do canal.
O empresário Marcus Buaiz vai comandar a revista eletrônica Life Prime. Há até um reality show, o Caçador de Ideias, no qual o bilionário americano Tim Draper viaja o mundo para conhecer startups e dá um prêmio milionário àquela que considerar mais inovadora.
REENCONTRO E CONCORRÊNCIA
Boa parte do elenco da CNBC Brasil é formado por ex-jornalistas da Globo. No entanto, diferentemente do que aconteceu no lançamento da CNN Brasil, em 2020, quando vários profissionais que estavam contratados foram sondados, a opção foi por quem já havia se afastado da empresa.
Christiane Pelajo, que também fez parte da equipe que deu o pontapé inicial da GloboNews, em 1996, disse que nunca imaginou que estaria no lançamento de dois canais em sua carreira. Ela conta que, após deixar o Grupo Globo em 2022, não imaginava que estaria diante das câmeras novamente tão cedo.
“Quando eu pedi demissão da Globo, foi para me dedicar ao empreendedorismo, à minha carreira fora da TV”, disse ao F5. “Eu fiz muito treinamento de comunicação corporativa, apresentação de eventos, criei um podcast de inovação e tecnologia. Eu não estava pensando em voltar, mas o convite foi irrecusável.”
O mesmo ocorreu com Fabio Turci, que deixou a emissora carioca em abril do ano passado. “Eu não estava fazendo o movimento de voltar pra TV”, comentou o jornalista, que diz ter recusado ofertas de outros grupos de comunicação. “O que definitivamente me trouxe de volta foi um alinhamento com o projeto. Eu quis voltar por causa desse projeto.”
Rafael Ihara e Natália Ariede também relatam experiências similares. “Confesso que eu não tinha plano de voltar para a TV, tanto que falei isso para eles quando me chamaram para conversar”, afirmou Ihara. “Aí a gente foi conversando, eles foram explicando o projeto, e meus olhos começaram a brilhar. A gente fica com aquele bichinho da televisão, do jornalismo adormecido.”
“A ideia era focar em projetos pessoais, projetos que eu já vinha cultivando fazia um tempo”, disse Ariede. “Continuo com esses projetos, mas agora com esse desafio adicional, que tem muito a ver com a construção que eu fiz desde então de carreira, juntando minha bagagem de mais de 20 anos de telejornalismo e o meu lado empreendedor também.”
Carol Barcellos foi quem mais estranhou o convite, já que sempre foi jornalista esportiva e não esperava ser chamada para um canal de negócios. “Aí eles me explicaram que a ideia era pra eu fazer um programa de lifestyle, que tinha viagem, tinha aventura. Aí eu falei, opa!”, comemorou.
Segundo Douglas Tavolaro, fundador da operação brasileira da CNBC, a projeção é que o canal alcance 50 milhões de pessoas em todas as plataformas. O canal estará disponível na Claro, Vivo, Oi e Sky, além de em operadoras regionais.
Ele minimizou a concorrência com outros canais de notícias que já operam no país e disse acreditar que há espaço para a CNBC no mercado. “Eu acho que naturalmente os canais de jornalismo acabarão perdendo público para o canal de negócios porque tem gente que talvez não queira só aquela informação do dia a dia, que às vezes pode parecer um pouco mais do mesmo”, afirmou.
O executivo também falou da CNN Money, concorrente direto que será lançado na próxima semana pela CNN Brasil —marca que ele também foi responsável por trazer ao país. “Eu desejo que a CNN Money faça sucesso, que tenha vida longa, por muitos, muitos anos, porque é muito simples esse raciocínio: além de eu ter idealizado e montado o projeto da CNN no Brasil, quanto mais empresas de notícias sérias uma sociedade tem, mais evoluída ela é”, avaliou.