Seca no rio Madeira, afluente do Amazonas, bate recorde histórico negativo
A cota de profundidade do rio Madeira, um dos mais importantes afluentes do rio Amazonas, chegou a apenas 25 cm em Porto Velho nesta segunda-feira (23), menor profundidade registrada desde 1967, de acordo com boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil.
O que aconteceu
Essa é a menor cota registrada na estação desde o início do monitoramento. Em 2023, durante a segunda pior seca da história, a profundidade mínima foi de 1,10 m.
O Porto de Cargas de Porto Velho teve as atividades paralisadas pela primeira vez na história. Conforme nota da Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia, as atividades só serão retomadas quando o rio atingir profundidade suficiente para a navegação segura.
A cota teve uma variação positiva e subiu para 40 cm nesta terça-feira (24). Mesmo assim, o boletim aponta que não há tendência para recuperação dos níveis do rio a curto prazo.
Outras três estações de monitoramento observam níveis abaixo da média histórica. Apenas no município de Guajará-Mirim (RO), a profundidade está dentro da normalidade.
Desde junho, o sistema registra níveis abaixo da normalidade do rio Madeira, na estação de Porto Velho. A situação impacta o abastecimento de água para comunidade, afeta a geração de energia e causa prejuízos ao transporte fluvial.
A estiagem prolongada pode impactar a vazão do rio e interromper a geração de energia nas usinas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia. “Hoje a operação dessas hidrelétricas já está com muita restrição. Daqui a pouco pode haver uma parada, e não conseguirão ter a capacidade de gerar energia. E aí a gente começa a ver, não só um cenário de escassez hídrica, como de restrição energética”, explicou o engenheiro Cardoso…