Jomar Fernandes eleito presidente do TJ-AM,quer ampliar acesso à Justiça no interior com a criação de polos tecnológicos
O presidente eleito do Tribunal de Justiça do Amazonas se disse preocupado com aquele interior que está excluído da rede mundial de computadores e que não tem acesso a Justiça.Então, já existe um projeto em execução de instalação de polos de informática com acesso à rede mundial de computadores nas comunidades mais distantes, para que o morador local tenha a oportunidade de levar ao Poder Judiciário o seu reclamo, as suas reclamações”, afirmou Fernandes.
O desembargador Jomar Fernandes foi aclamado presidente da Corte na manhã desta terça-feira (10)para um mandato de dois anos, que se inicia em janeiro de 2025. Na eleição para presidente do TJ-AM, apenas Jomar Fernandes concorreu.
Após a votação,o novo presidente do TJ-Amazomas,Jomar Fernandes, defendeu a criação de polos tecnológicos em comunidades distantes do estado para facilitar o acesso da população aos serviços prestados pela Justiça Estadual.
“Me preocupa muito o vulnerável que está excluído da rede mundial de computadores e que não tem acesso, por isso, ao poder judiciário. Então, já existe um projeto em execução de instalação de polos de informática com acesso à rede mundial de computadores nas comunidades mais distantes, para que o morador local tenha a oportunidade de levar ao Poder Judiciário o seu reclamo, as suas reclamações”, afirmou Fernandes.
Ele ressaltou que uma das prioridades de sua gestão será ampliar o alcance da justiça nos rincões do Amazonas. “Pois, se ele (o morador distante) não tiver acesso à rede mundial de computadores, ele não tem como fazer nada disso. Então, nós pretendemos atuar fortemente na criação desses polos e no aumento do número de processos digitais; é essa a questão tecnológica”, destacou Fernandes.
Outro ponto defendido por Jomar Fernandes é a continuidade do processo de regularização fundiária, ação que ele já desenvolve por meio da Corregedoria do TJ-AM. “O projeto Solo Seguro visa à regularização fundiária da Amazônia. E aqui eu abro um parêntese para dizer que, infelizmente, o Estado do Amazonas é o mais atrasado no que diz respeito a essa regularização fundiária. Por isso é que estamos a sofrer e a descobrir esses megalatifúndios que têm origem em matrículas e títulos falsos”, disse.
Fernandes afirmou que essas descobertas são possíveis graças ao projeto estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além disso, ressaltou que vai apoiar de forma irrestrita a atuação da Corregedoria no projeto “Registre-se”, que também é um programa do CNJ e visa combater o sub-registro de nascimento (pessoas que nasceram, mas nunca tiveram documento).
“Esse projeto é delegado às corregedorias estaduais, e eu tenho estado à frente nos últimos um ano e oito meses, e olhem que tem sido uma grande descoberta. A gente não imaginava que havia tanto cidadão brasileiro que simplesmente não existia. Pessoas com 60 anos de idade que nunca tiveram a oportunidade de tirar a sua certidão de nascimento. Uma das metas é justamente atuar juntamente com o desembargador Hamilton, que estará à frente da Corregedoria”, declarou Fernandes.
Concurso público
O presidente eleito também afirmou que, em sua gestão, pretende realizar concurso público, mas que a medida precisa ser planejada de forma equilibrada.
“Em primeiro lugar, é preciso dizer que o Poder Judiciário sempre sofre dessa carência de material humano, principalmente em razão dos nossos limites financeiros. Mas a proposição, tanto da desembargadora Nélia, que atualmente dirige o tribunal, quanto a nossa, é tentar suprir essas necessidades, e o caminho é um só: o concurso público”, afirmou.
Em relação ao atual orçamento do tribunal, que este ano totaliza R$ 1,2 bilhão, o magistrado disse que, se necessário, buscará o governo do Estado e a Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). Ele citou o custo logístico para se implementar qualquer projeto no Estado.
“Eu diria que, se não for suficiente o orçamento do Poder Judiciário, nós iremos atrás. Iremos conversar com o governador, iremos conversar com o presidente da Assembleia para tentarmos suprir essas necessidades que, por acaso, o próprio orçamento do Poder Judiciário não venha a suprir”, destacou o presidente do TJ-AM.
Desjudicializar
Jomar Fernandes também falou sobre a necessidade de desjudicializar os conflitos para evitar o acúmulo de ações no Judiciário.
“O Poder Judiciário brasileiro hoje tem um estoque de aproximadamente 83 milhões de processos para 18 mil juízes. É o Poder Judiciário mais judicializado do planeta. E não basta apenas termos disponibilidade financeira para resolver esses 83 milhões de processos. É preciso que se pense também em maneiras de desjudicializar a população brasileira. Esse também é um projeto que nós temos”, disse.
O desembargador afirmou que a desjudicialização depende de legislação federal e que vai contribuir com esse processo.
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