Diretor da PF defende Alexandre de Moraes contra X em evento do Esfera Basil
Segundo o diretor, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) fez uma postagem no X com fotos da filha de 5 anos e da esposa de um delegado que o investigava. Abaixo dela, a legenda: “Procura-se vivo ou morto”.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, fez uma defesa enfática do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a um grupo de empresários com quem se reuniu na quinta (12), em São Paulo.
O diretor relatou, com riqueza de detalhes, as razões que, segundo ele, levaram o X a ser suspenso pelo magistrado.
Segundo o diretor, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) fez uma postagem no X com fotos da filha de 5 anos e da esposa de um delegado que o investigava. Abaixo dela, a legenda: “Procura-se vivo ou morto”.
“Imaginem, uma criança de 5 anos, o que gerou comentários na linha: ‘morto vale quanto?’. A esposa desse delegado faz tratamento até hoje”, disse Andrei Rodrigues aos empresários, reunidos pelo grupo Esfera Brasil.
“Vocês acham razoável?”, questionou ele à plateia, ouvindo de volta comentários que demonstravam indignação e perplexidade.
O diretor-geral disse que a PF pediu a Moraes para que a postagem fosse retirada do ar, mas o X ignorou solenemente a determinação do magistrado.
O ministro então determinou o pagamento de multa de R$ 50 mil por dia —decisão que o X igualmente desobedeceu.
“O X não fez nada, nem apagou o post nem pagou a multa. E ainda disse que iria retirar o escritório da rede social no Brasil, para [as autoridades] não terem com quem falar”, seguiu Andrei.
“O ministro teve como último recurso bloquear a ferramenta no Brasil”, explicou Rodrigues. E completou: “Coloquem-se na posição do meu colega e de Moraes: O que fariam?”.
O delegado ameaçado integra a equipe que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores. As ameaças aos agentes também são investigadas, e foi no âmbito delas que o ministro determinou a suspensão do X, no dia 7 de agosto.
A medida foi tomada depois de decisão em que Moraes determinou a prisão da representante da plataforma no país, caso não fosse cumprida a ordem de bloqueios de perfis. A suspensão do antigo Twitter em todo o Brasil está em vigor desde 30 de agosto.
As informações são Coluna de Mônica Bergamo da Folha de São Paulo e pode ser acessada pelo link a seguir