Estiagem pode provocar mudança de locais de votação no interior do Amazonas
TRE-AM faz o monitoramento semanal das vazantes e comunidades afetadas e repassa informações aos juízes eleitorais
A vazante acelerada dos rios do Amazonas podem provocar a alteração de locais de votação no interior do Estado. Na terça-feira (20), o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TER-AM) se reuniu com o secretário estadual de Defesa Civil, coronel Francisco Máximo, e com representante da Marinha do Brasil para atualização das informações sobre a estiagem e seus possíveis efeitos na eleição municipal. “A atualização constante dos dados é fundamental para que possamos atuar de forma precisa e minimizar os efeitos da estiagem, especialmente em um ano eleitoral”, afirmou o Coronel Máximo .
O diretor-geral do TRE-AM, Júlio Bríglia, disse que essas informações serão repassadas aos juízes eleitorais. “Esses dados nos permitirão ajustar as operações eleitorais de acordo com as condições de cada região, garantindo que as eleições ocorram de forma eficiente e segura, mesmo diante dos desafios impostos pela estiagem”, ressaltou Bríglia.
O chefe do setor de Tecnologia da Informação do TRE-AM, Leandro Filho, informou à reportagem que as decisões sobre eventual mudança nos sessões eleitorais de áreas afetadas pela seca serão tomadas pelos juízes dos municípios.
“A Defesa Civil nos informou que todos os municípios serão afetados. Os pontos mais críticos podem ter local de votação alterado, mas deve ser decidido pelo juiz eleitoral de cada zona”, disse.
Leandro Filho ressaltou que por meio do monitoramento eletrônico da estiagem feito pelo TRE-AM é possível acompanhar quais municípios são mais afetados.
“A gente tem esse painel de monitoramento e vai fazer esses acompanhamentos semanais para ter base no que está acontecendo naquele momento”, informou.
No painel, 57 locais de votação no interior do Amazonas aparecem com alerta “severo”, 74 como “moderado” e 19 “impeditivos”. Dos três, os locais descritos como impeditivos são os que possivelmente ficarão isolados.
Coari, aparece com 7 locais impeditivos; Fonte Boa com 3; Iranduba 3; Itamarati 3; Codajás 2; Pauini 1. Essas 19 comunidades possivelmente isoladas representam 31 seções, com 5.312 eleitores.
Já em nível severo, que representam dificuldade grande do eleitor chegar ao local, podendo recorrer a transporte animal ou caminhada. Nessa classificação aparecem 57 localidades, com 107 seções e 26.012 mil eleitores, são elas: 15 em Manacapuru; 8 em Maués; 7 em Careiro; 5 em Borba; Iranduba, Urucará e Itacoatiara aparecem com 3 comunidade cada; 2 em Coari; Caapiranga, Canutama, Manaus, Nhamundá, Parintins e Silves tem uma comunidade afetada cada um.
Em nível moderado tem 31 locais de votações, que representam “dificuldade para chegar ao local, com maior tempo de deslocamento”. São 63 seções com 16.050 mil eleitores afetados nos municípios de: Caapiranga, Parintins, Itacoatiara, Humaitá, Tefé, Manaus, Santo Antônio do Iça, Maraã, Barcelos, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, tabatinga, Barreirinha, Lábrea, Fonte Boa, Codajás e Anori.
Além da atualização dos dados sobre a vazante, a reunião também tratou da necessidade de parcerias entre os órgãos envolvidos. A logística para o envio das urnas eleitorais e para o suporte humanitário aos municípios afetados pela estiagem foi um tema central das discussões.
Mais afetados
De acordo com as informações do governo do Amazonas os municípios mais afetados pela estiagem até o momento estão localizados nas calhas do Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões.
Nesta quarta-feira, a Defesa Civil divulgou, em suas redes sociais, que 254.375 mil pessoas já são afetadas pela seca no Estado.
Ao todo, 20 municípios se encontram em situação de emergência, são eles: Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Beruri, Boca do Acre, Canutama, Carauari, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Juruá, Lábrea, Pauini, Santo, Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tapauá, Tonantins.