Política

Eleições municipais têm a menor quantidade de candidatos desde 2008

Porta para entrar nas corridas eleitorais ficou mais estreita com aperto na cláusula de barreira

Carlos Siqueira,presidente nacional do PSB — Foto: Sérgio Dutti/PSB
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A eleição de 2024 terá menos candidatos a vereador e prefeito do que as de 2016 e 2020, e o nível de competição, ou seja, o número de candidatos por vaga também será menor. São 2,7 nomes por vaga de prefeito e 8 por vaga de vereador na média nacional, de acordo com o dado finalizado dos registros no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No Piauí, a média cai para 2,1 pra prefeito e 3,67 para vereador. A maior competição está no Rio de Janeiro, tanto para prefeito (4,11 por vaga) quanto para vereador (13,74).

No total, 457,2 mil irão participar das eleições, cerca de 100 mil a menos do que em 2020; 40 mil a menos do que em 201 e 25 mil a menos que em 2012.

O resultado não surpreende políticos e especialistas. Uma razão é lembrada: a mudança na regra eleitoral em 2017, que proibiu a coligação proporcional e criou uma cláusula de barreira , que sobe gradativamente. “Ficou difícil fazer chapa. Você tem que atingir o quociente e o número de partidos diminuiu”, comentou o presidente nacional do PSB, Carlo

A fórmula para eleição proporcional no Brasil é complexa e envolve dois quocientes. O Quociente Eleitoral divide a quantidade de votos válidos para um cargo pelo número de vagas abertas. Um candidato só é eleito se tiver pelo menos 10% do quociente. Mas o número de cadeiras que um partido terá em um casa legislativa é definido pelo Quociente Partid

Até 2017 partidos formavam amplas coligações proporcionais, os chamados “chapões”. Também não havia mecanismos de cláusula de barreira, como há atualmente. Um partido para ter acesso aos fundos públicos precisa obter no mínimo 2% dos votos, e esse percentual subirá para 2,5% em 2026. Há portanto uma tendência natural de redução do número de partido

“Não por acaso houve notável diminuição de candidaturas desses partidos”, afirmou Vinicius Alves, cientista político do Ipespe. “O custo de entrada nas disputas eleitorais ficou alto”, disse Alves, em sentido figurado, mas que pode ser tomado também na literalidade. Com a proibição do financiamento de candidatos por empresas desde a eleição de 2016

Essa redução da competitividade não é uniforme no Brasil. Vigora com mais força nas pequenas cidades. Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgado nessa terça-feira, em 214 cidades haverá candidato único, a maioria deles no Rio Grande do Sul, palco da catástrofe climática de maio. 43 municípios gaúchos não terão comp

Nas capitais e nos grandes centros, pelo contrário, tem havido uma fragmentação da eleição, com um maior número de candidatos que conseguem acima de 5% dos votos válidos. Em São Paulo, por exemplo, foram seis acima deste patamar em 2020. Em 2012 e 2016 foram quatro. Este ano, segundo o relatório do Ipespe produzido em julho, às portas das convenções.

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