Campanha da Brahma que tem Alessandra Ambrósio com camisa do Grêmio é alvo do Conar
A direção do Conar abriu uma representação contra os anúncios, divulgados em redes sociais, por promover a cerveja sem respeitar o código que regulamenta o setor. As normas vedam o uso de uniforme de esporte olímpico como suporte à divulgação da marca de bebidas alcoólicas.
O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) é uma organização não governamental (ONG) que fiscaliza as questões éticas das propagandas publicitárias no Brasil, recomendou que a Ambev altere uma campanha publicitária protagonizada por Alessandra Ambrósio durante os preparativos para a Paris Fashion Week, na França. Na propaganda, a modelo brasileira aparece trajada com a camisa do Grêmio (seu clube de coração) estampada com a logo da Brahma, uma das cervejas da marca.
A direção do Conar abriu uma representação contra os anúncios, divulgados em redes sociais, por promover a cerveja sem respeitar o código que regulamenta o setor. As normas vedam o uso de uniforme de esporte olímpico como suporte à divulgação da marca de bebidas alcoólicas.
Em sua defesa, a Ambev afirmou que considera não ter ultrapassado os limites da ética publicitária. A empresa argumentou que a campanha é ambientada na Paris Fashion Week 2024 e tem como propósito combater o preconceito estético contra o uso de camisas de times de futebol fora dos estádios.
A Ambev alega ainda que a camisa mostrada pela modelo não é um uniforme oficial do Grêmio, mas sim uma peça de roupa estilizada, criada exclusivamente para a campanha.
O relator do caso, no entanto, sublinhou que o texto que acompanha as fotos contradiz os argumentos da defesa. A redação cita: “Reforço vindo de Paris! Se Alessandra Ambrósio apareceu com a camisa do Tricolor na Paris Fashion Week, todo mundo tá liberado pra usar o manto onde quiser”.
Diz o relator:
“Isso mostra de forma inequívoca que o anúncio faz uso, sim, de uniforme de esporte olímpico (futebol) como suporte à divulgação da marca ou, pelo menos, tenta passar essa impressão aos consumidores”.
Em seu voto, ele sugeriu a alteração, para que não haja confusão quanto à natureza da vestimenta usada pela modelo, deixando claro que não se trata de uniforme de esporte olímpico.
A maioria dos conselheiros acompanhou, enquanto três votaram pela sustação do anúncio. Cabe recurso da decisão.
Da coluna Lauro Jardim,na versão online de O Globo