Brasil

Nas doações para RS, surge mala com US$ 10 mil

Dinheiro foi encontrado em triagem feita por equipe de deputado gaúcho de Pelotas e pertence a delegado da PF aposentado

Uma mala com cerca de US$ 10 mil dólares em espécie foi encontrada nesta terça-feira em meio a quatro caminhões de doações que chegaram à cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

As notas estavam em uma mala da marca de cigarros Marlboro e foram identificadas durante uma triagem feita pela equipe do deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB-RS). O deputado se uniu ao colega paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP) em uma campanha para arrecadação de itens por causa das enchentes. A mala com os dólares veio de Santos, no litoral paulista, e trazia fotos, documentos e cartas de seu dono, o delegado aposentado da Polícia Federal Mário Cassiano Dutra, 77 anos.

A dúvida do deputado era se o dinheiro seria uma doação para as vítimas ou se tinha vindo por engano.

— Entrei em contato com a Associação dos Delegados da Polícia Federal. Minha equipe identificou o Dr. Mário Cassiano Dutra e conversamos. Ele me disse que guardou o dinheiro há anos e não se lembrava mais. Diante disso, a gente começou a ver uma maneira de devolver os dólares ao seu dono — contou o deputado.

Em conversa com a coluna por telefone, Cassiano Dutra, 77 anos, disse que guardou o dinheiro em espécie há cerca de 15 anos para uma viagem à Europa. O delegado relatou que “nem se lembrava mais” do montante, quando separou os objetos para doação às vítimas das enchentes.

— Esse dinheiro eu estava guardando há mais de 15 anos, para viajar para Europa quando eu me aposentasse — afirmou o delegado. Ele disse que vai doar parte do dinheiro e usará a maior parte “para curtir o resto de sua vida”.

Agora, o gabinete do deputado Daniel Trzeciak estuda a melhor maneira de devolver o dinheiro para o Dutra.

Em 1985, Mário Cassiano Dutra chegou a ser alvo de uma denúncia do advogado Nélio Andrade, que acusava o agente de tê-lo agredido e ter instrumentos de tortura da Superintendência da Polícia Federal do Rio. Objetos para montar um pau-de-arara e fios para dar choque foram encontrados em celas da delegacia, mas o caso acabou arquivado. O delegado negou qualquer envolvimento com torturas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba mensagem no WhatsApp