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Projeto que irá monitorar contaminação por mercúrio na Amazônia é lançado em Belém

Iniciativa é uma parceria do Ministério da Justiça com a Universidade Federal do Pará

O Ministério da Justiça fechou uma parceria com a Universidade Federal do Pará para a criação do Instituto Amazônico do Mercúrio (Iamer). O projeto, lançado nesta terça-feira (21), em Belém, tem como objetivo monitorar a contaminação por mercúrio na região.

A iniciativa quer instalar cinco polos de testagem da substância em pessoas em estados da Amazônia Legal, sendo dois deles no Pará e os demais em Rondônia, no Amapá e em Tocantins.

A partir dos dados coletados nos locais, o instituto elaborará diagnósticos e propostas que possam ser implementadas nas esferas municipal, estadual e federal, de forma a prevenir a exposição humana ao metal na região.

O projeto reunirá instituições públicas de pesquisa em um esforço conjunto para enfrentar a contaminação por mercúrio nos estados da Amazônia. A ideia é que os estudos também sirvam de ajuda às autoridades no combate ao crime e ao garimpo ilegal na região.

O mercúrio é usado no garimpo na busca do ouro. Sem os cuidados devidos, ele é despejado nos rios e ali se acumula.

É também no ambiente aquático que o mercúrio pode virar o metilmercúrio, substância neurotóxica que pode ser transmitida entre seres vivos na cadeia alimentar. Ou seja, a substância se acumula à medida que os animais se alimentam de outros seres já contaminados.

Um novo estudo realizado em cidades da Amazônia revelou que os peixes vendidos em feiras e mercados da Região Norte estão contaminados por mercúrio. A pesquisa mostrou que, dos 1.010 peixes analisados de 80 espécies, todos estão com contaminação acima do índice considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de ≥ 0,5 µg/g (lê-se “0,5 micrograma por grama”).

Tabela 1. Percentual de peixes analisados que apresentaram concentração de mercúrio acima de ≥ 0,5 µg/g

Unidade da Federação Índice *

(valores arredondados)

Roraima  40%

Acre   36%

Rondônia 26%

Amazonas     22,5%

Pará   16%

Amapá     11%

Média da região:     21%

Cidades pesquisadas

A pesquisa abrangeu seis estados – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima – e 17 cidades, incluindo as capitais em 2023. Os peixes analisados foram comprados em mercados públicos, feiras livres e em pontos de desembarque pesqueiro. A ideia era reproduzir a experiência do consumidor local, que vai a esses locais em busca de alimento para a sua família.

Entre outros locais, foram visitados o Mercado Ver-O-Peso, em Belém (PA); a Feira da Manaus Moderna (AM); a Feira do Pescado Perpétuo Socorro em Macapá (AP) e a Feira do Cai N’Água, em Porto Velho (RO).

Com informações da Folha e Greenpeace

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