Política

PL exigirá apoio a anistia para Bolsonaro em troca de votos nas eleições da Câmara e do Senado

Com maior bancada, apoio do partido pode ser decisivo na sucessão da presidência das Casas do Legislativo, em fevereiro de 2025

Logo após as eleições municipais, o PL pretende deixar claro quais as condições que colocará sobre a mesa em troca do apoio de suas bancadas para os candidatos do Centrão às presidências da Câmara dos Deputados e do Senado. A principal exigência será o compromisso do postulante de levar ao plenário uma proposta para a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o que o devolveria ao cenário eleitoral de 2026.

Lideranças do PL estabeleceram o fim do segundo turno como marco temporal porque acreditam que, a partir desse momento, as campanhas pela sucessão dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vão ganhar tração. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ainda sofre pressão de uma ala dos deputados que querem lançar um candidato à cadeira de Lira.

Com 102 deputados federais e 13 senadores, maior bancada da Câmara e a segunda maior do Senado, atrás apenas do PSD, o apoio do PL a determinado candidato pode ser decisivo para a vitória. Depois de lançar o senador Rogério Marinho (PL-RN) na disputa contra Pacheco em 2023, e sair derrotado, o PL ficou sem assento na Mesa. Por isso, o partido inclina-se mais a composições estratégicas do que marcar posição com candidaturas não competitivas.

Para além do perdão ao ex-mandatário, o partido também reivindica uma anistia ainda mais ampla, que alcance todos os condenados ou processados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo lideranças da sigla, o PL também deverá cobrar a inclusão em pauta de matérias ligadas aos costumes, mas que têm ficado na gaveta, como o projeto que institui diretrizes da “Escola sem Partido”, uma das bandeiras do bolsonarismo.

O tema entusiasma a direção do partido, mas integrantes da bancada mostram-se céticos em relação à possibilidade de pautas que confrontem com o Judiciário avançarem. A direção da sigla acredita, contudo, que o próprio Executivo possa ver a ideia com simpatia. O raciocínio é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiria enfrentar em 2026 o ex-presidente do que um indicado por ele com rejeição mais baixa.

Além da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro acumula duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico, que ensejaram sua inelegibilidade.

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