Política

Lula convoca Haddad para discutir futuro de Prates na Petrobras e cancela reunião

Titular da Fazenda desmarcou uma agenda que teria nesta segunda (8) em São Paulo para viajar para Brasília

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bate cabeça na definição do futuro do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Reunião convocada para debater a crise na petroleira, na noite deste domingo (7), foi cancelada horas depois.

Lula chamou ministros para o encontro no Palácio da Alvorada —entre eles Fernando Haddad (Fazenda). O chefe da área econômica, que estava em São Paulo, onde teria agenda nesta segunda (8), viajou para Brasília.

A divulgação da reunião teria desagradado o presidente, que desistiu de receber os auxiliares.

Aliados de Lula afirmam, sob reservas, que o destino de Prates está selado. Para esses interlocutores, a demissão é questão de tempo.

A expectativa, porém, é que Haddad interceda em favor da manutenção de Prates por temer impacto na economia e também sob o argumento de não haver justificativas técnicas para a exoneração do presidente da Petrobras, à exceção de sua personalidade e de seus rompantes nas redes sociais.

Outro argumento em prol da permanência de Prates seria o de que ele estava certo ao propor a distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas da empresa, o que poderá ocorrer, ao menos parcialmente, no próximo mês.

Apesar dessas ponderações, colaboradores do presidente minimizam —embora não descartem totalmente— a possibilidade de dissuasão de Lula. Auxiliares do mandatário que esperam a saída de Prates ainda nesta semana dizem que não se pode duvidar do poder de convencimento de Haddad.

Em uma de suas publicações na internet, Prates atribuiu ao governo a decisão de não distribuir dividendos extras aos acionistas da empresa —medida que provocou perdas à Petrobras. No entanto, o presidente estaria descontente com Prates desde o anúncio de investimentos em energia eólica no país.

Segundo colaboradores de Lula, Prates deverá ser substituído pelo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloysio Mercadante, com quem o petista já conversou sobre a sucessão durante uma de suas recentes viagens ao Rio de Janeiro.

Mercadante avisou a Prates e integrantes do governo que tinha sido sondado por Lula, mas sem que tenha sido formalmente convidado para a presidência da Petrobras.

Lula também já tinha manifestado a aliados a disposição de substituir Prates e vinha amadurecendo a ideia desde o mês passado.

Há, também entre interlocutores do presidente, quem defenda que a exoneração não ocorra em meio à fritura de Prates, que trava um embate público com os ministros das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.

Nas palavras de um influente dirigente petista, demitir Prates no calor da fritura significaria dar legitimidade para uma prática nefasta. Tem pesado, no entanto, que seria recomendável encerrar a polêmica já.

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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2024/04/lula-convoca-haddad-para-discutir-eventual-sucessao-na-petrobras.shtml

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