Amazônia

Imazon defende plano ‘urgente’ para Amazônia

Fundador do instituto, Beto Veríssimo diz que políticas públicas precisam ir além do combate ao desmate e à grilagem

O Brasil precisa desenvolver urgentemente um plano estruturado de desenvolvimento socioeconômico para a Amazônia que incentive a preservação da floresta, mas que eleve a produtividade de atividades econômicas que já ocorrem na região, incluindo a pecuária. Para que isso seja destravado, o fundador do Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia (Imazon), Beto Veríssimo, afirma que algumas políticas públicas que vão além do combate ao desmatamento e à grilagem precisam ser destravadas. Ele aponta como prioridade uma regulação fundiária que não privilegie os grileiros e uma política de carbono que torne o Brasil um grande player global nesse mercado.

“O combate implacável ao desmatamento e à grilagem são fundamentais, mas não bastam. Precisa haver uma regulação fundiária das terras que já foram desmatadas no passado e, partir de uma política de carbono, exportar os nossos créditos e começar a fazer a restauração da floresta acontecer”, disse Veríssimo ao Valor durante o Skoll World Forum, evento que reúne empreendedores sociais de todo o mundo no Reino Unido.

Segundo o fundador do Imazon, a regulação fundiária permitiria que as atividades econômicas já desenvolvidas na Amazônia perderiam o aspecto de ilegalidade e as tornaria mais produtivas, desde a extração de produtos nativos da floresta como açaí, cupuaçu e cacau até a pecuária. Ele explica que a pecuária na Amazônia não é um problema em si e que o ponto crucial que justifica as críticas dos ambientalista é que os pecuaristas na região têm índices de produtividade muito baixos.

Isso acontece, conforme explica Veríssimo, que é engenheiro agrônomo, porque é comum os grileiros invadirem terras na Amazônia e colocarem gado para marcar o território e assegurar o domínio do espaço. “O problema não é a atividade pecuária, mas sim a especulação para ganhar dinheiro com a terra. É a clássica ocupação em que o gado cumpre o papel, mas não é a atividade real e por isso a pecuária na Amazônia é tão pouco produtiva”, afirma.

Nesse sentido, a regularização fundiária, sem anistia para grileiros, seria determinante para separar o produtor real dos agentes criminosos e contribuiria para cessar o avanço do desmatamento, segundo Veríssimo. “A pecuária vai estar na Amazônia. Não tem como acabar com ela. O importante é construir uma agenda para que seja mais produtiva, mais rentável e que participe da economia da região de uma maneira mais positiva. Já há bons casos de pecuária na Amazônia, mas ainda são casos isolados.”

A matéria completa é do jornal Valor Econômico e pode ser acessada pelo link abaixo:

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/04/12/imazon-defende-plano-urgente-para-amazonia.ghtml

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