Ato em memória às vítimas da ditadura reúne Dirceu, Erundina e Suplicy em SP
Caminhada iniciada na antiga sede do DOI-Codi reuniu centenas de pessoas na tarde deste domingo
Movimentos sociais realizaram neste domingo de Páscoa, em São Paulo, um ato em memória aos 60 anos do golpe militar de 1964. Uma caminhada teve início na antiga sede do DOI-Codi, um dos principais instrumentos de repressão da ditadura, com destino ao Parque do Ibirapuera, na Zona Sul da capital.
O evento reuniu centenas de pessoas empunhando cartazes com mensagens de repúdio ao período de regime militar e em lembrança a vítimas e desaparecidos da ditadura. Entre os participantes estavam a deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP), o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) e o ex-ministro José Dirceu.
Suplicy discursou já no início da noite e cantou a música “Blowin’ in the wind”, de Bob Dylan, num pedido de paz e fim dos conflitos entre Rússia e Ucrânia e Israel e Hamas. “Lembrar do trágico passado que ainda está entre nós, sobretudo no dia da ressurreição de Cristo, é reafirmar que não queremos mais que aconteça e também pedir justiça e esclarecimento para os crimes que ainda hoje, depois de sessenta anos, estão sem resposta”, publicou o petista nas redes sociais.
A presença de nomes que são aliados históricos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ato deste domingo vai de encontro às orientações do chefe do Executivo federal, que contraindicou manifestações em memória dos 60 anos do golpe militar. Em reunião com auxiliares próximos no início do mês, Lula argumentou que o objetivo do veto era evitar que a data fosse usada para “conflagrar o ambiente político do país”.
Apesar das ordens do presidente, ao menos oito ministros do governo fizeram manifestações relativas aos 60 anos do início do período militar no Brasil. Outros atos em alusão ao golpe de 1964 estão agendados para ocorrer nesta segunda-feira em diversas cidades do país.
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