Belém

Litro do açaí chega a R$ 70 em Belém; comerciante aponta fraude na ‘lata’

Além da entressafra, medida repassada no Ver-o-Peso seria menor do que a adquirida no interior.

O litro do açaí, em Belém, já é comercializado a R$ 70. Nesta quinta-feira (14), foi repassada a informação com o novo valor praticado em um dos pontos de vendas de açaí do bairro do Umarizal. O valor ainda deve aumentar. Jhoy Júnior, proprietário do estabelecimento, informou à de O Liberal que o litro do produto, do “grosso”, passará a ser comercializado a R$ 80.

Entre os principais motivos para o aumento, além da entressafra, está uma suposta fraude na quantidade da ‘lata’, medida utilizada pelos fornecedores do fruto aos batedores de açaí. “Estávamos comprando, no interior, a medida da lata, mas estavam revendendo em um paneiro muito menor. Com isso a gente teve um prejuízo muito grande”, denuncia o comerciante.

A situação será tema de um encontro entre os batedores. Nesta quinta-feira, partir das 18h, Jhoy infoma que houve uma reunião para tratar o assunto. O anúncio foi divulgado entre os proprietários de estabelecimentos de açaí. O apelo era para que os revendedores  não mexessem na medida ou a greve iria acontecer”, dizia a convocatória, com o apoio da Associação dos Trabalhadores da Feira do Ver-o-Peso (ASTFAV).

Outros fatores

Além disso, Jhoy aponta que o Pará vive a “pior entressafra dos últimos dez anos”. Ele diz que as vendas caíram pela metade. “O valor está muito alto e, com isso, a queda foi drástica nas vendas”, lamenta o vendedor. No ano passado, neste mesmo período, ele informa que o açaí popular estava sendo vendido a R$ 18 e o médio a R$ 22. Este ano, os valores passaram para R$ 30 (popular) e R$ 40 (médio). Fora da entressafra, Jhoy pontua que o mesmo açaí vendido hoje na faixa dos R$ 70 é comercializado por R$ 35. Trata-se do “grosso”, que no seu estabelecimento ele nomeia de “grosso top”. O comerciante aponta que, ainda que haja uma padronização da medida da ‘lata’ – o que ajudaria a reduzir o preço -, as chuvas e o fato de se privilegiar o mercado externo em detrimento local tem impactado nas vendas.

“A tendência é de não melhorar mais. O preço vai baixar sim, durante a safra, mas no próximo ano, neste mesmo período de entressafra, vai aumentar ainda mais em relação a esse ano, e assim vai, porque a cada ano chega uma fábrica nova. Com isso, a produção acaba sendo levada para fora do estado, enquanto que aqui ainda temos que lidar com questões como essa da medida da lata”, diz Jhoy.

Lata

O aumento no preço da lata ocorre desde o início do ano. Atualmente, a lata custa entre R$ 160 e R$ 180 no Ver-o-Peso. Em fevereiro, a mesma quantidade custava em média R$ 80 reais. Em janeiro, o preço variava entre R$ 60 a R$ 70. Já na safra, a mesma lata sai por R$ 32 reais. “A diferença é muito grande, absurda. Esse mês esse valor disparou, chegando até a R$ 200”, diz o comerciante.

A paralisação no Ver-o-Peso, de acordo com Jhoy Junior, visa padronizar a medida do açaí vendido na maior feira da capital e principal ponto de revenda do fruto. As denúncias são de que as latas adquiridas no interior comportam mais produto do que o paneiro repassado no Ver-o-Peso, e na capital em geral, revendidos sem desconto.

Com informações de O Liberal

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