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Suframa quer discutir nova logística sobre escoamento de produtos da ZFM

O superintendente Bosco Saraiva, ressalta que a Suframa planeja para o mês de fevereiro uma série de discussões sobre a escoamento de insumos na região amazônica

Previsto para ser inaugurado no terceiro trimestre deste ano, o Porto de Chancay, no Peru, será a nova porta da América Latina e tem potencial para alterar a entrada e saída de produtos do Polo Industrial de Manaus (PIM). O tempo de transporte de insumos de países da Ásia, via território peruano, segundo o superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Bosco Saraiva, pode ser reduzido em 18 dias.

O porto construído a 60 quilômetros de distância da cidade de Lima, capital do Peru, será o caminho mais próximo entre a América Latina e os países da Ásia e conta com investimentos da empresa chinesa Cosco Shipping, que detém uma participação de 60% da obra, e a Volcan do Peru, que detém 40%. Com o Amazonas a ligação pode ser facilitada por via fluvial pelo Rio Yurimaguas, tributário do Rio Solimões.

“A gente tem acesso a ele através de Quito pelo Rio Yurimaguas, que percorre e chega em Tabatinga. Os insumos da Ásia podem chegar em 18 dias a menos do que temos hoje [no Amazonas]. Do Peru para a Ásia, hoje, eles levam 40 dias, agora eles vão gastar 10 dias somente. Isso vai causar um impacto grandioso na questão da infraestrutura da mudança de rota”, disse o superintendente para A CRÍTICA.

Escoamento

O potencial uso do porto de Chancay será uma das pautas debatidas ao longo desse início do ano entre a Suframa e empresários locais. De acordo com Bosco Saraiva, está sendo organizado para o mês de fevereiro um debate sobre a infraestrutura da Amazônia. O evento deve contar com a participação de representantes do Ministério de Portos e Aeroportos e do Ministério dos Transportes.

A principal motivação para os debates é a seca extrema registrada no Amazonas no ano passado, que derrubou a produção industrial e deixou prejuízo de R$1,5 bilhão, conforme estimativa do Centro da Indústria do Amazonas (Cieam). A estimativa da Suframa, no entanto, de acordo com Bosco, deve ser avaliada em até 40 dias após o fim do ano, pois os técnicos aguardam o envio dos dados por todas as empresas localizadas na Zona Franca de Manaus.

“Como [a seca severa] foi uma situação inédita, nós anotamos todos os pontos aqui, nós elaboramos uma programação de um grande debate sobre a infraestrutura na Amazônia que nós vamos promover durante o mês de fevereiro com a volta do Congresso Nacional, importa, aqui em Manaus, no auditório da Suframa a participação de representantes de alguns ministérios como Portos e Aeroportos, Ministério dos Transportes, esses necessariamente terão de estar presentes”, enfatizou Bosco Saraiva.

A autarquia aguarda a organização do calendário do Congresso para realizar o evento que, para Saraiva, será uma oportunidade para dar respostas para muitos questionamentos, inclusive se a estiagem registrada no ano passado vai se repetir ou se há de fato uma tendência para que a seca se mantenha neste nível. Estarão em pauta ainda as estratégias para a dragagem dos rios da região e a construção de novos portos.

Com informações do site acrítica.com

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