Política

Lula retoma agenda internacional com visitas a Egito, Etiópia e Caribe; saiba o que está em jogo

Principal série de viagens ao exterior de Lula em 2024 tem viés essencialmente político e trata de guerra no Oriente Médio e disputa territorial na América do Sul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou no Egito, nesta quarta-feira, dia 14, dando início ao seu primeiro – e até agora principal – giro internacional previsto para ocorrer em 2024. No continente africano, o presidente também vai à Etiópia, antes de regressar à América do Sul, com uma parada na Guiana. Em seguida, voará a São Vicente e Granadinas, no Caribe.

Com viés essencialmente político, as quatro viagens de Lula têm como objetivo sinalizar prioridades de relacionamento entre o Brasil e países africanos e latino-americanos do chamado Sul Global, eixo que marcou mandatos anteriores do petista na Presidência.

Em pauta estão temas como a reforma das instituições multilaterais, sobretudo das Nações Unidas, clima e financiamento internacional. Segundo assessores, Lula também vai aproveitar para levar adiante a mensagem de combate à fome e à pobreza, outra pauta que elegeu para o Brasil como prioritária, à frente do G-20.

Outra pauta da viagem será a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas e seus desdobramentos em conflitos na região, que envolvem o Irã. Na viagem ao Caribe, a atenção estará voltada para a disputa entre Venezuela e Guiana sobre o Essequibo.

O governo espera que o Brasil recupere espaço como ator econômico, por meio de comércio e investimentos, e geopolítico relevante tanto na África quanto no Caribe. No setor de serviços de engenharia, por exemplo, o país perdeu posições de liderança e viu o avanço de empresas de China, Índia e Europa. Os chineses se tornaram nos últimos anos um dos principais credores no continente, onde fazem investimentos de infraestrutura, com a Nova Rota da Seda, e rivalizam até com a influência militar da Rússia.

Discursos

O presidente Lula vai participar de três cúpulas com líderes políticos: a 37ª Assembleia de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, a 46ª Cúpula do Mercado Comum e Comunidade no Caribe (Caricom) e a VII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

O formato oferece a oportunidade de diplomacia presidencial em que Lula pode falar a grupos de chefes de Estado e de governo e depois de se reunir à parte com alguns deles, os chamados encontros bilaterais. Ao confirmar a intenção de discursar nas cúpultas, Lula afirmou que desejava falar aos demais líderes sobre “democracia, sobre reforma da ONU e financiamento”.

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