Política

Governo prevê R$ 300 bi para a nova política industrial até 2026; e Lula defende financiar exportações

O governo federal anunciou que a nova política industrial vai contar com financiamentos de R$ 300 bilhões até o fim de 2026. A proposta foi apresentada nesta segunda-feira (22), durante evento no Palácio do Planalto do CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial).

Em seu discurso, o presidente Lula (PT) defendeu o financiamento à exportação para que o Brasil se torne competitivo. Essa também foi a tônica das demais falas, como as de Rui Costa (Casa Civil) e Aloizio Mercadante (BNDES) —que pediu aprovação no Congresso para o banco voltar a dar crédito para obras no exterior.

“Para o Brasil se tornar competitivo, o Brasil tem que financiar algumas coisas que ele quer exportar. A gente não pode agir como sempre agiu, achando que todo mundo é obrigado a gostar do Brasil, que todo mundo vai comprar do Brasil sem que a gente cumpra com nossas obrigações. Debate a nível de mercado internacional é muito competitivo, é uma guerra”, disse o mandatário.

Uma parte dos R$ 300 bilhões da política já havia sido anunciada no ano passado. A maior parte desses financiamentos serão geridos pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social).

A proposta prevê metas, diretrizes e medidas para os próximos dez anos.

Segundo o governo, o plano prevê R$ 300 bilhões para financiamentos destinados à nova política industrial até 2026. Além dos R$ 106 bilhões anunciados na primeira reunião do CNDI, em julho, outros R$ 194 bilhões foram incorporados, provenientes de diferentes fontes de recursos para dar suporte ao financiamento das prioridades da Nova Indústria Brasil —”A política também lança mão de novos instrumentos de captação, como a linha de crédito de desenvolvimento (LCD), e um arcabouço de novas políticas –como o mercado regulado de carbono e a taxonomia verde –para responder ao novo cenário mundial em que a corrida pela transformação ecológica e o domínio tecnológico se impõem”, completa.

O texto traça metas e diretrizes até 2033 a partir de seis missões, ligadas aos seguintes setores: agroindústria; complexo industrial de saúde; infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade; transformação digital; bioeconomia; e tecnologia de defesa.como foi batizada a política.

Autoridades que atuaram na elaboração da política apontam que houve uma preocupação de incluir o poder público em uma posição central do que chamam de neoindustrialização.

Seguindo essa lógica, as empresas nacionais vão ser contempladas com duas iniciativas, linhas de crédito com condições favoráveis, para que possam assumir serviços e obras do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e também contratos com compras governamentais.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que é necessário uma nova relação entre o Estado e a iniciativa privada, para alavancar a imprensa.

“Quero perguntar a esses que todo dia escrevem dizendo que estamos trazendo medidas antigas. Me expliquem a China, me expliquem por que a China é o país que mais cresceu nos últimos 40 anos e esse ano 5,3%. Me expliquem a política econômica americana, 1,9 tri de dólares, subsídio, incentivos”, afirmou Mercadante.

“A mesma coisa acontecendo na União Europeia. Nós não temos como reerguer a indústria brasileira sem uma nova relação entre Estado e mercado. Não é substituir o mercado, não é não acreditar na importância do mercado, que é uma instituição indispensável para o desenvolvimento econômico”, completou.

Mercadante também pediu ajuda do Congresso Nacional para a aprovação do projeto de lei que autoriza o BNDES a financiar obras executadas no exterior

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